‘Chega a ser irreal o que se passou aqui’, diz brasileiro sobre neve no Texas
Sem luz e água, Roberto Ribeiro e sua família chegaram a ter que ir para dentro do carro para se aquecer nos EUA
Uma intensa onda de frio atingiu os Estados Unidos na última semana. Pelo menos 69 pessoas morreram e milhões ficaram sem água e luz. Um dos estados mais atingidos foi o Texas. O brasileiro Roberto Ribeiro é consultor de empresas e mora em Houston. Ele explica o motivo de a situação ser completamente inusitada para quem vive no Texas, uma região de temperatura mais alta.
“Estamos bem ao sul do Texas e é totalmente… chega a ser irreal o que se passou aqui. A gente está falando de neve, coisa que a gente não via há muitíssimo tempo. Eu há dez anos morando aqui não via isso. E com um frio impossível de descrever. A gente está falando de temperaturas de -10ºC, com sensação térmica de -16ºC ou -17ºC”, relata.
Roberto falou sobre como foi viver em meio à interrupção do fornecimento de energia e água, já que os canos ficaram congelados.
“A gente ficou sem luz, sem poder ligar o aquecimento, sem água, com a água congelada nos canos. A água que chega em casa, estava toda congelada. Então, a gente não tinha o que fazer. Muita gente tendo que pegar neve e derreter ou tentar aquecer para poder beber, então a situação é limite até”.
O clima está mais controlado, no entanto, os transtornos gerados continuam afetando a vida das pessoas.
“Até hoje, já faz quase uma semana, tem muita gente aqui no estado [do Texas] sem água ou o que eles chamam de boil water, em que você tem que aquecer a água para tomar, porque ela não está pronta para consumo. O tempo está melhor, mas a situação ainda perdura”.
Segundo Roberto, a energia já está voltando e é possível ligar o aquecedor, mas a água continua instável.
“No começo da semana a gente, inclusive, teve que ir até o carro para se aquecer. Porque a única forma de ter aquecimento era dentro do carro. Mas a partir de dois dias atrás a luz voltou”.
“Até esperar toda água que vai nos canos voltar a fluir, normalmente, leva-se um tempo. Até toda infraestrutura voltar ao normal, leva-se um tempo. É uma situação extremamente crítica, eu diria”, complementa.
(Publicado por: André Rigue)