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    Chefe de agência nuclear adverte contra reiniciar usina na Ucrânia

    Planta de Zaporizhzhia é a maior da Europa e tem sido alvo frequentes de bombardeios desde que Rússia começou guerra

    Militar russo monta guarda em posto de controle perto da usina nuclear de Zaporizhzhia
    Militar russo monta guarda em posto de controle perto da usina nuclear de Zaporizhzhia 15/06/2023REUTERS/Alexander Ermochenko

    François Murphyda Reuters

    em Viena

    Não será seguro reiniciar a usina nuclear russa de Zaporizhzhia, na Ucrânia, enquanto a guerra se alastrar em torno dela, apesar das esperanças de Moscou de incendiar o complexo, disse o chefe de vigilância nuclear dos EUA, Rafael Grossi, nesta segunda-feira (3).

    Grossi realizou uma reunião com a Rússia sobre o assunto na semana passada, depois que funcionários, incluindo o presidente Vladimir Putin, lhe disseram que Moscou espera reiniciar a maior usina nuclear da Europa, onde os seis reatores estão agora encerrados, tal como recomendado pela Agência Internacional da Energia Atómica por razões de segurança.

    “A ideia, é claro, é recomeçar em algum momento. Eles não estão planejando desativar essa usina nuclear. Então, isso é o que leva à necessidade de ter uma discussão sobre isso”, disse Grossi em entrevista coletiva no primeiro dia de uma reunião trimestral do Conselho de Governadores de 35 nações da AIEA.

    A Rússia disse após a reunião da semana passada que não está planejando reativar a usina. Grossi disse que alguns passos importantes precisam ser tomados antes que ele possa ser reiniciado com segurança.

    “Em termos do que precisa acontecer …, não deve haver nenhum bombardeio ou qualquer atividade desse tipo”, disse Grossi.

    “Então deve haver uma garantia mais estável da fonte de alimentação externa. Isso requer reparos, reparos importantes de linhas existentes, que no momento, e por causa da atividade militar, são muito difíceis de prever.”

    A Rússia e a Ucrânia culparam-se mutuamente por bombardeios periódicos que derrubaram as linhas elétricas da central. No mês passado, a usina foi atacada por drones que atingiram um reator no pior incidente desde novembro de 2022, embora a segurança nuclear não tenha sido comprometida, disse a AIEA na época.

    “Os ataques e a frequente desconexão das linhas de energia fora do local devido à atividade militar estão criando uma situação grave”, disse Grossi em um comunicado ao Conselho da AIEA com sede em Viena nesta segunda-feira (3).

    A energia externa é essencial para evitar um colapso potencialmente catastrófico em uma usina nuclear como a de Zaporizhzhia, uma vez que é necessário resfriar o combustível nos reatores, mesmo quando esses reatores são desligados.

    Zaporizhzhia é atualmente dependente de uma de suas quatro linhas de energia principais e uma linha de backup para energia externa. Desde que a Rússia apreendeu a usina semanas após invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022, a usina perdeu toda a energia externa oito vezes, forçando-a a depender de geradores a diesel de emergência para energia.