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    Chanceler defende volta do Brasil à Unasul e ação do presidente Lula no G7

    Ministro Mauro Vieira reforçou a neutralidade brasileira em relação à Guerra na Ucrânia e afirmou que sinergia com países latino-americanos é uma das principais metas do Itamaraty 

    Fábio Mendesda CNN

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, voltou a se pronunciar aos parlamentares brasileiros sobre a posição do Brasil em relação à Guerra na Ucrânia e à postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no encontro do G7. Em audiência para a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, ele defendeu o posicionamento brasileiro em relação à guerra na Ucrânia.

    “O Brasil, como membro do Conselho de Segurança da ONU, condenou, desde o primeiro momento, a invasão russa”. Ele destacou ainda que o forte da atual Política Externa é a “Diplomacia Presidencial”, conduzida pelo presidente da República.

    O chanceler também defendeu o reingresso do Brasil à União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). “O retorno à Unasul é uma forma de sinalizar a nossa determinação em trabalhar pela revalorização da América do Sul como um espaço de diálogo, paz e cooperação”, afirmou.

     

    “Quanto à Celac, trata-se de um espaço privilegiado para a concepção de iniciativas concretas de cooperação em áreas em que temos desafios comuns, como saúde, segurança, cooperação científica e tecnológica, entre tantas outras”, explicou.

    Presidente da CREDN, Paulo Alexandre Barbosa, defendeu a conclusão do Tratado de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Vieira explicou que o Brasil e os demais países do bloco pretendem apresentar, em breve, uma posição comum sobre as demandas adicionais sobre meio ambiente levantadas pelos países europeus. “Não aceitamos que o meio ambiente seja utilizado como pretexto para exigências despropositadas, para a adoção de medidas de viés protecionista ou, no limite, para retaliações descabidas”, garantiu.

    Vieira tem reforçado em seguidas entrevistas e audiências a posição do Brasil como nação neutra no conflito e interessada no acordo de paz. No último dia 11, ele participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, e manteve o discurso. “Não estamos interessados em tomar lados, mas em preservar canais de diálogos com todos, única maneira de contribuir efetivamente para a construção de espaços de negociação que conduzam a uma paz efetiva e sustentável”, afirmou.

    Na mesma ocasião, ele afirmou na quinta-feira (11) que o governo brasileiro e o Mercosul vão reavaliar o acordo comercial com a União Europeia após novas condições do bloco europeu. Para Vieira, exigências muito duras relacionadas às metas ambientais foram colocadas na mesa de negociação.

    No dia 15, o chanceler concedeu entrevista exclusiva à âncora da CNN Christiane Amanpour. Ele afirmou que o Brasil desempenha um bom papel como um potencial interlocutor para a assinatura de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, apesar da desconfiança e críticas de alguns países europeus. “Nós estamos prontos para continuar (a negociar a paz) ao lado de outros países. Queremos promover discussão que possa resultar em um cessar-fogo para negociar a paz e aliviar o sofrimento das populações”.

    Vieira fez questão de defender o ponto de vista da diplomacia brasileira, que não auxiliou Estados Unidos e Europa em enviar armas para a Ucrânia, e tem priorizado o diálogo. “O tempo na diplomacia é diferente do tempo cronológico. Assim é a diplomacia: ela leva tempo, mas vamos conseguir os resultados esperados”, afirmou. “Outros líderes e chefes de estado também estão dizendo o mesmo. Quando chegar a hora, esta será uma contribuição muito importante para solucionar esta situação”.

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