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    Chanceler da Áustria se reuniu com Putin para falar sobre ‘atrocidades’ na Ucrânia

    Karl Nehammer disse à CNN que foi a Moscou para "olhar nos olhos do presidente Putin e confrontá-lo com o que eu viu" na Ucrânia

    Karl Nehammer, chanceler da Áustria, em visita à Sérvia em março de 2022
    Karl Nehammer, chanceler da Áustria, em visita à Sérvia em março de 2022 Milos Miskov/Anadolu Agency via Getty Images

    Becky AndersonAdam PourahmadiAmy Woodyattda CNN*

    O chanceler da Áustria, Karl Nehammer, disse que foi a Moscou para “olhar nos olhos do presidente Putin e confrontá-lo com o que eu vi” na Ucrânia, disse ele à CNN na quarta-feira (13).

    Nehammer disse que levantou supostas atrocidades russas na Ucrânia durante uma reunião “difícil” e hostil na segunda-feira (11) com Vladimir Putin — a primeira reunião ocidental com o presidente russo desde que ele invadiu a Ucrânia em fevereiro.

    “Esta não é uma visita amigável. Acabei de chegar da Ucrânia e vi com meus próprios olhos o sofrimento imensurável causado pela guerra de agressão russa”, disse Nehammer em comunicado divulgado por seu gabinete após a reunião nos arredores de Moscou.

    “Tomei a decisão de ir a Moscou, olhar nos olhos do presidente Putin e confrontá-lo com o que vi”, disse o chanceler em entrevista a Becky Anderson, da CNN, na quarta-feira (13).

    Quando perguntado sobre a mentalidade de Putin durante a reunião, Nehammer disse que Putin foi muito duro e claro em suas mensagens.

    “Em seu ponto de vista, ele tem que defender a Federação Russa, os russos que vivem no leste da Ucrânia”, disse ele.

    Nehammer disse que Putin mencionou as negociações de paz de Istambul, e o chanceler austríaco enfatizou que vê uma oportunidade nessas negociações para acabar com a guerra.

    O chanceler disse que confrontou Putin sobre crimes de guerra e disse a ele que “é necessário ter justiça internacional, ter a Organização das Nações Unidas (ONU) lá”.

    Nehammer disse que “não é fácil para Putin falar sobre crimes de guerra”.

    Questionado se Putin aceitava que crimes de guerra fossem cometidos, Nehammer respondeu: “Bem, você sabe, é o presidente Putin. Nesta posição, ele não foi claro”.

    Uma visita divisória

    Nehammer é o primeiro líder europeu a se encontrar pessoalmente com Putin desde sua invasão. Sua visita dividiu a opinião entre os líderes da União Europeia, com alguns expressando ceticismo em se envolver com o líder russo.

    A dupla conversou por cerca de 75 minutos na residência de Putin em Novo-Ogaryovo, perto de Moscou, disse o porta-voz de Nehammer nesta segunda-feira, em conversas que o líder austríaco descreveu como “muito diretas, abertas e duras”.

    Antes de visitar a Rússia, Nehammer se encontrou com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Kiev e visitou a cidade de Bucha, onde corpos de civis desarmados foram encontrados espalhados pelas ruas públicas após um mês de ocupação russa.

    “Abordei os graves crimes de guerra em Bucha e em outros lugares e enfatizei que todos os responsáveis ​​por eles devem ser responsabilizados”, disse Nehammer, de acordo com o comunicado divulgado por seu gabinete.

    “Também disse ao presidente Putin em termos inequívocos que as sanções contra a Rússia permanecerão em vigor e continuarão a ser reforçadas enquanto as pessoas estiverem morrendo na Ucrânia”.

    O líder austríaco disse que Putin culpou os ucranianos “​​pelos crimes em Bucha”. Imagens de vídeo, no entanto, mostram forças russas matando um civil lá.

    A Áustria é militarmente neutra, mas seu governo se juntou a seus vizinhos na condenação da invasão de Putin.

    O chanceler disse que levantou a questão dos corredores de evacuação com Putin, após repetidos casos em que tentativas de evacuação na Ucrânia foram prejudicadas por ataques russos. Autoridades ucranianas disseram que um ataque russo na estação de trem de Kramatorsk na sexta-feira matou dezenas de pessoas, incluindo várias crianças.

    “Também deixei claro ao presidente russo que há uma necessidade urgente de corredores humanitários para levar água potável e comida às cidades sitiadas e trazer mulheres, crianças e feridos”, disse Nehammer em seu comunicado.

    Nehammer citou “um senso de responsabilidade de não deixar pedra sobre pedra” como motivo para buscar o encontro com Putin, dizendo: “Para mim, não há alternativa para buscar conversas diretas com a Rússia também, apesar de todas as grandes diferenças”.

    Segundo a ONU), pelo menos 1.892 civis foram mortos e 2.558 ficaram feridos desde que a guerra na Ucrânia começou em fevereiro.

    Com informações de Nadine Schmidt, Nic Robertson e Rob Picheta 

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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