Cessar-fogo no Oriente Médio não significa fim da guerra, diz especialista
Professor de Relações Internacionais explica as três fases do acordo e ressalta que o cessar-fogo é temporário, com duração prevista de seis semanas
O recente acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, embora histórico, não representa o fim do conflito, segundo o professor de Relações Internacionais, Vitelio Brustolin.
Em entrevista à CNN, o especialista esclareceu que o cessar-fogo, por definição, é sempre temporário. Neste caso, está previsto neste caso para durar seis semanas.
O professor enfatizou que, apesar da importância do acordo, é fundamental entender que ele não significa o fim imediato das hostilidades.
A situação permanece delicada, com estimativas de que dos 98 reféns ainda em poder do Hamas, cerca de 30 podem já estar mortos.
Brustolin detalhou as três fases do acordo:
Primeira fase: libertação de reféns vulneráveis
Nesta etapa, cerca de 33 prisioneiros mantidos pelo Hamas serão libertados.
O foco está nos mais vulneráveis, incluindo idosos, mulheres e pessoas com doenças.
O especialista ressaltou que a retenção de reféns é considerada um crime de guerra.
Segunda fase: libertação de soldados
Neste momento, serão libertados os homens considerados soldados pelo Hamas, incluindo 11 que fazem parte da negociação inicial.
Em troca, Israel libertará mais prisioneiros palestinos.
Terceira fase: Reconstrução de Gaza
A etapa final prevê um cessar-fogo mais duradouro, que se assemelharia a um armistício.
Nesta fase, começaria a reconstrução de Gaza, um processo que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pode custar cerca de 40 bilhões de dólares e levar 16 anos para ser concluído.
Este acordo representa um passo significativo para aliviar a crise humanitária em Gaza, mas o caminho para uma paz duradoura ainda é longo e complexo.
A comunidade internacional continua a acompanhar de perto os desenvolvimentos, na esperança de que este cessar-fogo temporário possa evoluir para uma solução permanente no futuro.