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    Cessar-fogo na Ucrânia “não está no horizonte agora”, diz funcionário da ONU

    Martin Griffiths revelou que, enquanto autoridades ucranianas concordam com propostas sobre ajuda humanitária e cessar-fogo, Rússia ainda não deu uma resposta positiva

    Laura Lyda CNN

    De acordo com Martin Griffiths, subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, um cessar-fogo na guerra na Ucrânia não está no horizonte, mas pode acontecer nas próximas semanas, dependendo de como o conflito e as negociações de paz em andamento continuarem.

    “Cessar-fogos não estão no horizonte agora, mas podem estar em algumas semanas. Eles podem ser um pouco mais longos do que isso”, disse ele em seus comentários nesta segunda-feira (18) a repórteres na sede das Nações Unidas em Nova York.

    Griffiths disse que planeja ir à Turquia no fim desta semana para se reunir com o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, para identificar maneiras pelas quais a ONU pode ajudar a apoiar o processo de manutenção da paz e negociações entre a Ucrânia e a Rússia.

    Ele acrescentou que está “realmente impressionado” com o papel que a Turquia está desempenhando no conflito, chamando o país de “um aspecto importante” da situação.

    “Precisamos observar as negociações com muito, muito cuidado, daí a viagem à Turquia esta semana”, disse Griffiths.

    O funcionário da ONU afirmou que também espera que a Turquia possa sediar um “grupo de contato humanitário” por meio do qual as negociações sobre ajuda humanitária possam ser discutidas. Ele disse que as autoridades ucranianas já concordaram com isso e que espera que as autoridades russas também o façam.

    Griffiths acrescentou que as autoridades ucranianas concordaram com a maioria das propostas feitas pelas Nações Unidas sobre ajuda humanitária e cessar-fogo, mas a Rússia ainda não deu uma resposta semelhante.

    “Obviamente, ainda não temos um cessar-fogo humanitário. Do lado russo, entrei em muitos detalhes sobre isso, e eles continuaram prometendo me retornar sobre os detalhes dessas propostas”, pontuou.

    “Na Ucrânia, foi uma reunião muito bem-vinda com sua liderança. Eles concordaram com a maioria das propostas que estamos fazendo, ainda não recebemos a mesma resposta da Federação Russa”, esclareceu o funcionário da ONU.

    O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alegou que Griffiths se reuniu  com autoridades da Ucrânia e da Rússia sobre arranjos para um cessar-fogo humanitário na Ucrânia.

    O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários disse que se reuniu recentemente com o primeiro-ministro ucraniano, dois vice-primeiros-ministros, o ministro da Defesa da Ucrânia e o vice-ministro das Relações Exteriores por esse motivo. Ele disse anteriormente que se reuniu com autoridades russas em 4 de abril.

    O objetivo das discussões com ambas as partes é garantir que as autoridades estejam cientes das aspirações das Nações Unidas por ajuda humanitária e discutir maneiras pelas quais a ONU pode melhorar seu sistema de notificação humanitária, disse Griffiths.

    Segundo ele, as autoridades ucranianas concordaram com a ideia de um grupo de contato humanitário comum e com a ideia de cessar-fogo local com o objetivo de fornecer ajuda humanitária, mas disse que os russos “ainda não estão colocando o cessar-fogo local no topo de sua agenda”.

    “Do lado humanitário, precisamos ter uma aceitação muito mais voluntária, principalmente da Federação Russa, para permitir a entrada e saída de comboios”, disse Griffiths.

    Quando perguntado se ele acreditava que a Rússia implementaria um cessar-fogo durável, Griffiths disse que continuaria tentando facilitar e mediar uma interrupção dos confrontos, apesar da atual falta de ação do lado russo.

    “A esperança é a moeda do mediador”, disse Griffiths. “Em todas as guerras com as quais tive alguma coisa a ver, você sempre, sempre começa sem esperança, porque parece tão terrível, as atrocidades são tão terríveis… você continua fazendo isso, porque, francamente, qual é a alternativa?”. Ele acrescentou que “não continuar [as negociações] seria irresponsável”.