Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Centenas de crianças estão entre as mil vítimas de chuvas de monção no Paquistão

    Ao menos 119 pessoas morreram e 71 ficaram feridas nas últimas 24 horas, segundo a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres do país

    Michelle VelezTeele Rebaneda CNN

    As fortes chuvas e inundações mataram pelo menos 1.033 pessoas, incluindo 348 crianças, e deixaram mais 1.527 feridos no Paquistão desde meados de junho, disseram autoridades neste domingo (28).

    A Autoridade Nacional de Gestão de Desastres do país (NDMA, em inglês) acrescentou que 119 pessoas morreram e 71 ficaram feridas apenas nas últimas 24 horas.

    Pelo menos 33 milhões de pessoas foram afetadas pelo desastre, disse a ministra de Mudanças Climáticas do Paquistão, Sherry Rehman, na quinta-feira (25). Ela chamou as inundações de “sem precedentes” e “o pior desastre humanitário desta década”.

    “O Paquistão está passando por seu oitavo ciclo de monções, enquanto normalmente o país tem apenas três a quatro ciclos de chuva”, disse Sherry. “As porcentagens de torrentes de super inundação são chocantes”.

    Ela destacou em particular o impacto no Sul do país, acrescentando que os esforços “máximos” de socorro estão em andamento.

    O destacamento do exército foi autorizado para ajudar nas operações de socorro e resgate em áreas atingidas pelas enchentes, disse o Ministério do Interior do país em comunicado na sexta-feira (26).

    O ministério disse que as tropas ajudariam os quatro governos provinciais do Paquistão, incluindo a província mais atingida do Sudoeste do Baluchistão.

    O número exato de tropas, bem como onde e quando elas serão enviadas, serão definidos entre as províncias e o governo, disse o ministério.

    Enquanto isso, centros de socorro às inundações estão sendo estabelecidos em várias partes do país para auxiliar na coleta, transporte e distribuição de produtos de socorro às vítimas, disseram as Forças Armadas do Paquistão.

    As tropas do Exército também estão direcionando as pessoas para lugares mais seguros, fornecendo abrigo, refeições e assistência médica, disseram as Forças Armadas.

    A província de Sindh, no Sul, que foi gravemente atingida pelas inundações, pediu 1 milhão de barracas, enquanto a província vizinha do Baluchistão – em grande parte sem eletricidade, gás e internet – solicitou 100 mil barracas, disse Sherry.

    “A prioridade do Paquistão, no momento, é esse desastre humanitário induzido pelo clima de proporções épicas”, disse Sherry, instando a comunidade internacional a fornecer ajuda devido aos recursos “limitados” do Paquistão.

    Na sexta-feira, o primeiro-ministro do Paquistão, Sharif, informou diplomatas internacionais sobre a crise, afirmando que seu país – na linha de frente das mudanças climáticas, apesar de uma pegada de carbono relativamente pequena – deve focar sua reabilitação em uma maior resiliência às mudanças climáticas.

    O ministro do Planejamento e Desenvolvimento, Ahsan Iqbal, disse separadamente à Reuters que 30 milhões de pessoas foram afetadas, um número que representaria cerca de 15% da população do país do Sul da Ásia.

    A agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, em inglês) disse em uma atualização na quinta-feira que as chuvas de monção afetaram cerca de 3 milhões de pessoas no Paquistão, das quais 184 mil foram deslocadas para campos de ajuda humanitária em todo o país.

    Os esforços de financiamento e reconstrução serão um desafio para um Paquistão sem dinheiro, que está tendo que cortar gastos para garantir que o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprove a liberação do tão necessário dinheiro do resgate.

    A NDMA disse em um relatório que, nas últimas 24 horas, 150 quilômetros de estradas foram danificadas em todo o país e mais de 82 mil casas foram parcial ou totalmente danificadas.

    Desde meados de junho, quando a monção começou, mais de 3.000 quilômetros de estrada, 130 pontes e 495 mil casas foram danificadas, de acordo com o último relatório de situação da NDMA, números também ecoaram no relatório da OHCA.

    Tópicos