CDC da China cobra OMS por posição “justa e científica” sobre origens da Covid
Em entrevista coletiva, Shen Hongbing alertou a OMS contra politizar a origem do coronavírus, que foi detectado pela primeira vez na China, no final de 2019
O chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China pediu, neste sábado (8), que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retome uma posição “científica e justa” ao investigar as origens da Covid-19.
Em entrevista coletiva, Shen Hongbing alertou a OMS contra politizar a origem do coronavírus, que foi detectado pela primeira vez na China, no final de 2019, sob o risco da organização se tornar uma ferramenta a serviço de outro país.
Ele também disse que o governo chinês tem sido aberto e transparente ao publicar resultados e dados relevantes de estudos sobre as origens da pandemia.
A China tem aumentado continuamente os esforços para conduzir esses estudos com uma atitude científica desde o início da pandemia de Covid-19, há mais de três anos.
A OMS recentemente “acusou” a China de esconder evidências que podem vincular as origens do coronavírus a animais selvagens, pedindo aos cientistas chineses que divulguem resultados e dados relevantes.
Shen Hongbing disse que, nos últimos três anos, a China tem promovido pesquisas relevantes sobre o rastreamento das origens do vírus e que, com uma atitude científica, o governo e os cientistas chineses estão ansiosos para descobrir a origem do vírus, que é de grande importância para evitar que pandemias semelhantes voltem a acontecer.
“Como um grande país que defende a abertura, oferecemos um convite à OMS para enviar uma equipe de especialistas internacionais à China para dois estudos conjuntos sobre a origem do coronavírus após o surto da pandemia e concluímos com sucesso o relatório desenvolvido após a primeira fase da pesquisa conjunta em Wuhan, que foi totalmente reconhecida por especialistas nacionais e estrangeiros envolvidos no estudo e pela OMS”, disse Shen.
“Durante a primeira fase do estudo conjunto, a China forneceu à equipe conjunta de especialistas todos os dados relevantes de rastreabilidade disponíveis na época e não ocultou nenhum caso e amostra, bem como resultados de testes e análises. É totalmente contra o espírito da ciência para certos funcionários e especialistas da OMS expressar suas opiniões aleatoriamente e negar de forma imprudente os resultados obtidos”, acrescentou.
Como país responsável, a China continuou a impulsionar o rastreamento da origem do coronavírus após a primeira fase do estudo conjunto convocado pela OMS e publicou resultados e dados relevantes em revistas acadêmicas internacionais e domésticas, disse Shen, pedindo a certos funcionários da OMS que retornem ao uma postura científica e imparcial em relação a esta questão.
“Com base na enorme mão de obra, recursos materiais e financeiros investidos na primeira fase do estudo conjunto, não paramos de rastrear a origem do coronavírus, mas reunimos recursos para continuar a investigação científica abrangente e a pesquisa em epidemiologia, epidemiologia molecular, animais e meio ambiente, e até inspeções de laboratório. Numerosas descobertas de pesquisas também confirmaram os resultados da primeira fase do estudo conjunto”, afirmou Shen.
“Esperamos manter uma atitude científica, manter os cientistas como a força principal e fortalecer o intercâmbio, a cooperação e o compartilhamento de informações, para realizar o rastreamento da origem do vírus em uma trilha científica. Instamos à OMS que as autoridades retomem uma postura científica e imparcial e não se ofereçam ou sejam forçadas a se tornar uma ferramenta para certos países politizarem o rastreamento da origem do coronavírus”, concluiu.