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    Cápsula radioativa desaparecida é encontrada em estrada na Austrália

    Objeto sumiu há seis dias de um pacote enviado de um local de mineração no norte do estado para a capital Perth

    Uma ilustração fornecida pelo Departamento de Saúde da Austrália Ocidental mostra o tamanho da cápsula em comparação com uma moeda
    Uma ilustração fornecida pelo Departamento de Saúde da Austrália Ocidental mostra o tamanho da cápsula em comparação com uma moeda Departamento de Saúde da Austrália Ocidental

    Hilary Whitemanda CNN

    As autoridades que estavam vasculhando uma remota rodovia australiana em busca de uma pequena cápsula radioativa desaparecida a encontraram na beira da estrada, após uma busca desafiadora comparada a tentar encontrar uma agulha em um palheiro.

    As autoridades de emergência do estado anunciaram a descoberta nesta quarta-feira (1º), seis dias depois que a cápsula desapareceu de um pacote enviado de um local de mineração no norte do estado para a capital Perth.

    As autoridades acreditam que a cápsula, contendo Césio-137, uma substância altamente radioativa, de alguma forma caiu da traseira de um caminhão enquanto era transportada por 1.400 quilômetros ao longo da Grande Rodovia do Norte.

    O desaparecimento da cápsula desencadeou uma busca massiva na rodovia com unidades especializadas em detecção de radiação – e alertou o público para não se aproximar da cápsula, que poderia causar queimaduras graves em contato com a pele.

    Qual o perigo?

    Especialistas alertaram que o Césio-137 pode criar sérios problemas de saúde para os seres humanos que entram em contato com ele: queimaduras na pele por exposição próxima, doenças causadas pela radiação e riscos potencialmente fatais de câncer, especialmente para aqueles expostos inconscientemente por longos períodos de tempo.

    A Radiation Services WA, uma empresa que fornece conselhos sobre proteção contra radiação, diz que ficar a menos de um metro da cápsula por uma hora forneceria cerca de 1,6 milisieverts (mSv), o equivalente a cerca de 17 radiografias de tórax padrão.

    Pegar a cápsula causaria “danos graves” aos dedos e tecidos circundantes, disse a empresa em comunicado.

    Ivan Kempson, professor associado de Biofísica da University of Southern Australia, disse que o pior cenário seria uma criança curiosa pegar a cápsula e colocá-la no bolso.

    “Isso é raro, mas pode acontecer e já aconteceu antes”, disse Kempson. “Houve alguns exemplos anteriores de pessoas que encontraram coisas semelhantes e sofreram envenenamento por radiação, mas eram muito mais fortes do que a cápsula atual que está faltando”.

    “Estamos todos expostos a um nível constante de radiação das coisas ao nosso redor e dos alimentos que comemos, mas a principal preocupação agora é o impacto potencial na saúde da pessoa que encontrar a cápsula”.

    O acidente com Césio-137 no Brasil

    Uma situação semelhante ocorreu no Brasil, em 1987, e afetou direta e indiretamente centenas de pessoas. Um aparelho de radioterapia abandonado na cidade de Goiânia, em Goiás, foi quebrado e fragmentos de Césio-137 se espalharam pelo ambiente, na forma de pó azul brilhante.

    Brasil, Goiânia, GO. 02/10/1987. Técnico da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) mede índice de radioatividade em pessoas contaminadas durante o acidente radiológico com Césio-137, no Estádio Olímpico em Goiânia, Goiás. / CARLOS COSTA/O POPULAR/AE/Codigo imagem:42624

    Diversos locais foram contaminados e a fonte foi levada para um depósito de ferro-velho. Sem o conhecimento do risco, o dono do depósito distribuiu o material brilhante entre amigos e parentes, que o levaram para suas casas.

    As pessoas que tiveram contato com o material radioativo passaram a apresentar sintomas de contaminação, até que a esposa do dono do depósito levou a peça para a Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde, onde ela foi identificada.

    Foram identificados e isolados sete focos principais, onde houve a contaminação de pessoas e do ambiente com altas taxas de exposição. No total, 249 pessoas apresentaram significativa contaminação interna e/ou externa.

    Quatro deles foram a óbito, oito desenvolveram a Síndrome Aguda da Radiação (SAR), 14 apresentaram falência de medula óssea e uma pessoa sofreu amputação do antebraço.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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