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    Capital do Sudão amanhece com bombardeios e saques em conflito de facções militares

    Combates entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) se intensificaram após o término de um cessar-fogo no sábado (3)

    Khalid AbdelazizAdam Makaryda Reuters

    Bombardeios atingiram áreas ocidentais da capital do Sudão na manhã desta segunda-feira (5), depois que facções militares rivais se enfrentaram durante a noite, disseram moradores em Cartum e na região de Darfur.

    Os combates entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), que lutam entre si há mais de sete semanas, se intensificaram após o término de um cessar-fogo no sábado (3), mediado pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos.

    O conflito desalojou mais de 1,2 milhão de pessoas no Sudão e levou cerca de 400 mil a fugir para os países vizinhos, causando grandes danos à capital, onde os moradores remanescentes estão à mercê de batalhas e ataques aéreos.

    Na noite de domingo (4), moradores relataram intensos combates nas três cidades que compõem a região ampliada da capital do país – Cartum, Omdurman e Bahri – e fumaça podia ser vista subindo de várias áreas na manhã desta segunda.

    “O bairro onde moramos no centro de Omdurman é saqueado todos os dias sem que ninguém intervenha para impedir, com confrontos e bombardeios continuando ao nosso redor”, disse o morador Mohamed Saleh, de 37 anos.

    No distrito leste de Cartum, as tropas da RSF que se espalharam pelos bairros da capital estavam no controle total e saqueavam extensivamente, afirmou Waleed Adam, morador do local.

    “Você os vê bem à sua frente, pegando carros, dinheiro, ouro – tudo o que eles conseguem colocar em suas mãos”, disse ele à Reuters por telefone. “Eu acho que é apenas uma questão de tempo até que eles venham para a minha rua.”

    A RSF diz que tem trabalhado para proteger os civis prendendo saqueadores.

    A guerra também provocou distúrbios em Darfur, no extremo oeste do Sudão, uma região que já sofria deslocamentos em massa devido a conflitos anteriores e onde moradores de várias cidades relataram ataques de milícias ligadas a tribos nômades árabes.

    Nos últimos dias, pelo menos 40 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas em Kutum, no estado de Darfur do Norte, segundo ativistas que monitoram a região. Os moradores também relataram saques generalizados e insegurança na área.

    Longos apagões de comunicação têm ocorrido em partes de Darfur, onde os grupos de ajuda consideram especialmente complicado levar novos suprimentos humanitários.