Candidato à reeleição, Erdogan cumpre tradição e distribui dinheiro após votar no 2º turno
Prática é tradição do presidente turco, que também distribui brinquedos para crianças em feriados muçulmanos
O atual presidente da Turquia e candidato à reeleição Tayyip Erdogan distribuiu dinheiro a apoiadores após votar na manhã deste domingo (28). Ele disputa o segundo turno das eleições contra seu rival Kemal Kilicdaroglu.
Uma multidão aguardava o chefe do executivo turco e sua esposa na saída do seu local de votação, em Istambul. Erdogan estendeu a mão e distribuiu notas de 200 liras turcas — que equivalem a R$ 50 — a seus eleitores.
Dar dinheiro à população em dia de eleições configura uma ação pública impensável nas democracias ocidentais, mas é uma tradição do presidente turco, que, em ocasiões especiais, como os feriados muçulmanos, costuma também distribuir brinquedos pelas crianças.
O opositor de Erdogan, Kilicdaroglu, também foi recebido por apoiadores em seu local de votação, em Ancara, capital da Turquia. Seus eleitores gritaram “presidente do povo Kilicdaroglu” enquanto o líder da oposição turca saía do posto de votação, acenando para a multidão.
A eleição pode levar Erdogan a estender seu governo para uma terceira década e persistir no caminho cada vez mais autoritário da Turquia, na política externa vigorosa e na governança econômica pouco ortodoxa.
Erdogan desafiou as pesquisas de opinião e saiu na frente com uma vantagem de quase cinco pontos sobre Kilicdaroglu no primeiro turno, em 14 de maio.
Mas ele ficou aquém dos 50% necessários para evitar um segundo turno, em uma corrida com profundas consequências para a própria Turquia e para a geopolítica global.
Os partidários de Kilicdaroglu têm esperança de uma mudança na liderança do país. A votação começou às 8h (2h no horário de Brasília) e terminou às 17h. (11h no horário de Brasília).
Espera-se que o resultado comece a ficar claro no início da noite, horário local. Os locais de votação estavam supostamente mais silenciosas em muitos lugares do que há duas semanas, quando a participação foi de 89%.
*Publicado por Flávio Ismerim, com informações da CNN Portugal e da Reuters.