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    Candidato à presidência da França quer o ‘fim da Nutella’ no país

    Para Jean-Luc Mélenchon, está na hora de a França se alimentar melhor, começando pelo abandono da tradicional Nutella

    Tamires Vitorioda CNN , Em São Paulo

    O candidato à presidência da França Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, é um crítico ferrenho de alimentos processados já há alguns anos — em especial da Nutella, marca que parece ser sua inimiga desde 2018. Para Mélenchon, o creme de avelã da italiana Ferrero “não é boa para as crianças, não é boa para a floresta e não é boa para os animais que lá vivem”.

    Ao falar sobre seu plano de governo ao jornal francês Liberation, que tem uma seção totalmente focada em alimentação, em especial no que Mélenchon chama de “insegurança alimentar”, o candidato de esquerda foi questionado se não haveria mais Nutella no país, ao que rebateu com uma outra questão: “Por que não? Por que continuar?”.

    “Também vamos proibir a publicidade alimentar para crianças! Eu não sou o bicho-papão, estou tentando defender a natureza e a saúde das crianças. Não é sobre proibir tudo: é sobre fazer o racionamento de açúcar e sal nos alimentos e proibição de aditivos corantes e conservantes, classificados como cancerígenos, em embutidos”, disse. “Eu não conheço um pai que não tenha preocupações em relação ao que o filho come”, continuou.

    Segundo Mélenchon, seu objetivo é tornar a alimentação das crianças francesas mais saudável, focada em frutas e legumes, alimentos que, de acordo com ele, ficaram mais caros durante a pandemia, sendo que 50% deles são importados.

    A solução encontrada pelo candidato é propor “cinco frutas e legumes de baixo preço de uma só vez” e “criar um multiplicador para os alimentos, o que garante que o preço para os agricultores não pode ser aumentado para além de um euro”. “Isso impediria os supermercados de fazer uma margem de 40% sobre os alimentos, por exemplo, os deixando mais baratos. Precisamos também aumentar o acesso aos alimentos para os jovens tornando a alimentação coletiva nas cantinas escolares orgânica e 100% vegetariana”, afirmou.

    Para ele, tudo isso faz parte de um “planejamento ecológico” que pode ser feito. “O país deve aprender a comer proteínas que não sejam a carne. Não há saída para a humanidade sem uma mudança na dieta”, disse o francês.

    E ele parece estar empenhado em tirar o açúcar das crianças. Em 2018, Melénchon usou seu perfil no Twitter para criticar uma promoção nos potes de Nutella, que causaram empurra-empurra em mercados franceses. “Quando a revolta mostra a miséria, o idiota olha para a Nutella”, uma alusão ao provérbio chinês “quando o sábio aponta para a lua, o idiota olha para o dedo” (que tem traduções variadas).

    https://twitter.com/JLMelenchon/status/956875820194320384

     

    Essa também não foi a primeira vez que a Nutella foi atacada na França — e tampouco deve ser a última. Em 2015, quando Ségolène Royal era ministra da Ecologia, afirmou que “era preciso parar de comer Nutella porque ela tinha óleo de palma, o que substituiu as árvores e causou outros problemas consideráveis”. A ministra, à época, precisou se desculpar.

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