Candidata na Argentina, Bullrich afirma que vai inaugurar prisão com nome de Kirchner se ganhar
Dois casos nos quais a ex-presidente e atual vice-presidente, Cristina Kirchner, é acusada foram reabertos pelo Tribunal Federal de Cassação Penal da Argentina na semana passada
Candidata à Presidência da Argentina, Patricia Bullrich afirmou que, caso seja eleita, dará o nome de “Cristina Fernández de Kirchner” a uma prisão de segurança máxima do país.
Dois casos nos quais a ex-presidente e atual vice-presidente, Cristina Kirchner, é acusada foram reabertos pelo Tribunal Federal de Cassação Penal da Argentina na semana passada.
As decisões revogam as medidas de não prosseguimento emitidas para ambos os casos – o caso do Memorando de Entendimento com o Irã e o caso conhecido como “Hotesur-Los Sauces” – em outubro e novembro de 2021, respetivamente. Ambas as decisões de cassação criminal podem ser objeto de recurso perante o Supremo Tribunal de Justiça do país.
Numa entrevista a uma emissora de rádio, o Ministro das Obras Públicas do atual governo, Gabriel Katopodis, respondeu que a proposta fazia parte “da violência política a que o Juntos pela Mudança [partido de Patricia Bullrich] os habituou”.
Polarização na Argentina
As pesquisas mais recentes indicam que polarização entre esquerda e extrema-direita vem se consolidando no país. O economista libertário Javier Milei e o ministro da Economia, Sergio Massa, devem ser os mais votados no primeiro turno, dentro de um mês, e enfrentar-se no segundo, dia 19 de novembro.
A ex-ministra da Segurança de direita Patricia Bullrich aparece em terceiro na disputa.
Uma pesquisa da consultoria Tendencias com 25.704 entrevistados indica que Milei terá 33,2% dos votos no primeiro turno; Massa, 28,5%, e Bullrich, 22,7%.
O candidato libertário tem propostas econômicas radicalmente diferentes das de Massa, como dolarizar a economia argentina. Mas, diante da indiferenciação momentânea no plano tributário, o ministro da Economia e candidato do governo atacou o adversário nessa quinta-feira (21) no campo social.
Ao comemorar o Dia do Estudante na Argentina, Massa discursou: “Não quero que as crianças vão para a escola armadas porque na Argentina há venda gratuita de armas. Quero que o Estado garanta a sua segurança. Deixe as crianças irem com o notebook na mochila e não com a arma”.
Foi uma referência a um programa do governo de distribuição de laptops para os alunos da rede pública, e à proposta de Milei de liberalizar a venda de armas para os cidadãos, que no entanto o Liberdade Avança tem relativizado nos últimos dias, segundo o jornal La Nación.
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*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações da CNN em espanhol