Campo de fronteira dos EUA é fechado, e haitianos enfrentam futuro incerto
Departamento de Segurança Interna dos EUA diz que mais de 30 mil imigrantes foram encontrados na fronteira nas últimas semanas, mas que agora não há ninguém
Um acampamento improvisado na fronteira que incomodava o governo dos Estados Unidos foi esvaziado com a retirada de milhares de imigrantes haitianos na sexta-feira (24), sendo que a maioria permanece no país, por enquanto, e outros foram expulsos em voos de deportação ou voltaram ao México.
Testemunhas da Reuters disseram que a movimentação de abrigos e tendas improvisados havia praticamente desaparecido de Del Rio, no Texas, com trabalhadores removendo o entulho restante ao longo da fronteira com o México.
Agentes estaduais se posicionaram nas margens do Rio Grande, na fronteira, para desencorajar novas travessias.
O secretário do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, disse que quase 30.000 imigrantes foram encontrados em Del Rio nas últimas duas semanas e que pela manhã não havia mais nenhum no campo.
Mayorkas prometeu uma investigação rápida sobre imagens “horríveis” que geraram indignação nesta semana, mostrando um guarda de fronteira, com guardas a cavalo usando rédeas para conter imigrantes haitianos.
“Sabemos que essas imagens evocaram dolorosamente os piores elementos da batalha contínua de nosso país contra o racismo sistêmico”, disse ele em entrevista coletiva.
Mais de 12.000 imigrantes terão a chance de apresentar seu caso em busca de proteção perante os juízes de imigração dos EUA. Cerca de 8.000 retornaram voluntariamente ao México e 2.000 foram deportados para o Haiti. O destino dos outros detidos ainda será decidido.
Buscando equilibrar a indignação com o tratamento dispensado aos imigrantes, o prefeito de Del Rio, Bruno Lozano, elogiou os agentes por tentarem fornecer alimentos e atendimento médico e disse que não houve mortes.
Na sexta-feira, a Reuters informou que a Organização Internacional para as Migrações (OIM) solicitou formalmente ao Brasil que recebesse alguns dos haitianos do campo, segundo duas fontes com conhecimento do pedido.
Muitos dos haitianos que chegam à fronteira com os EUA já moraram no Brasil e no Chile, enquanto outros passaram países sul-americanos.