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    Campanhas constitucionais do Chile começam em meio a falta de apoio público

    O presidente chileno, Gabriel Boric, expressou apoio à nova constituição, dizendo que ela ajudaria sua ambiciosa agenda social e ambiental

    Natalia A. Ramos Mirandada Reuters

    As campanhas eleitorais para aprovar ou rejeitar a proposta de nova Constituição do Chile começaram oficialmente nesta quarta-feira (6) e figuras políticas e públicas de alto nível começaram a escolher lados em um momento em que o apoio público está hesitante.

    O presidente chileno, Gabriel Boric, expressou apoio pessoal à nova constituição, dizendo que ela ajudaria sua ambiciosa agenda social e ambiental.

    Pedro Pascal, o popular ator chileno-americano de “The Mandalorian” que apoiou Boric durante a eleição, postou uma foto no Twitter com a nova constituição expressando seu apoio.

    Os políticos conservadores do Chile se opuseram à nova constituição desde o início, mas o ex-presidente socialista Ricardo Lagos deu um golpe na campanha de aprovação na terça-feira, depois de divulgar um comunicado dizendo que tanto a constituição proposta quanto a existente estão longe de reunir apoio e reunir “a grande maioria dos cidadãos”.

    “O que aconteceu com Lagos é um fato tremendamente importante quando o apoio à proposta já estava caindo”, disse Kenneth Bunker, chefe da consultoria política Tresquintos.

    Bunker acrescentou que a posição de Lagos “abre a porta para que outras figuras da centro-esquerda se juntem”.

    A ex-presidente e chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, já havia expressado apoio, mas membros de seu governo, incluindo o ex-ministro das Finanças Andres Velasco, se manifestaram contra a nova constituição nesta quarta.

    Quase 80% dos chilenos votaram para redigir uma nova constituição em 2020 para substituir um texto que remonta à ditadura de Augusto Pinochet, que terminou em 1990, mas o apoio foi abandonado por meses em meio a controvérsias políticas em torno do processo.

    A última pesquisa da consultoria Cadem mostra que 51% dos entrevistados planejam votar a nova carta magna, um recorde histórico, enquanto apenas 15% permanecem indecisos.

    “As pessoas querem uma nova constituição, mas aparentemente não querem esta”, disse Bunker, acrescentando que o governo precisa de um “Plano B” para atender às demandas sociais se o novo texto for rejeitado.

    Um comitê do Congresso aprovou a retirada da exigência de reforma da Constituição atual por 2/3 a 4/7 dos votos do Congresso na terça-feira (5), uma medida que agora será revisada pelo órgão mais amplo.

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