Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Campanha de Trump nega responsabilidade caso eleitor pegue Covid-19 em comício

    Quem participar de evento em Oklahoma, no dia 20 de junho, terá que concordar em não processar a campanha do republicano se for infectado pelo novo coronavírus

    Apoiadores nas arquibancadas do BOK Center, em Tulsa, durante comício do presidente dos Estados Unidos Donald Trump
    Apoiadores nas arquibancadas do BOK Center, em Tulsa, durante comício do presidente dos Estados Unidos Donald Trump Foto: Evan Vucci/AP (20.jun.2020)

    Ryan Nobles, da CNN

    Os participantes do próximo comício do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Tulsa, Oklahoma, em 20 de junho, devem concordar em não processar a campanha se contraírem o novo coronavírus.

    Ao se inscreverem para participar do evento, os apoiadores de Trump serão instados a reconhecer que o “risco inerente de exposição à Covid-19 existe em qualquer local público em que as pessoas estejam presentes”.

    “Ao participar do comício, você e todos os convidados assumem voluntariamente todos os riscos relacionados à exposição à Covid-19 e concordam em não tornar Donald J. Trump for President, Inc.; BOK Center; ASM Global; ou qualquer de suas afiliadas, diretores, funcionários, funcionários, agentes, contratados ou voluntários responsáveis por qualquer doença ou lesão”, diz o aviso.

    A campanha de Trump anunciou oficialmente planos na quarta-feira, dia 10 de junho, para o primeiro comício do presidente, enquanto a maior parte do país continua em quarentena para impedir a propagação do vírus. Ele aparecerá em um local coberto, o BOK Center, em Tulsa.

    Assista e leia também:

    Campanha de Trump vende em site macacão infantil com frase ‘Baby Lives Matter’

    Em meio a protestos, Trump perde apoio e Biden se fortalece, mostra pesquisa CNN

    Trump em alerta: republicanos estão mais pessimistas sobre rumos dos EUA

    O anúncio do comício acontece quando os casos de coronavírus estão aumentando em algumas partes dos EUA. Alguns estados registraram subida, enquanto outros mostram uma tendência de queda ou se mantêm estáveis. Em todo o país, mais de 2 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus e mais de 112 mil morreram, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

    Catherine Sharkey, professora de direito da Faculdade de Direito da Universidade de Nova York, disse que cláusulas de isenção como a da campanha de Trump provavelmente se tornarão uma parte regular da vida norte-americana, à medida que o país reabrir durante a pandemia. No entanto, as isenções oferecem apenas uma proteção de nível básico contra processos.

    “Essas isenções não protegem contra, por exemplo, negligência grave ou imprudência”, explicou a professora. “É legítimo argumentar que a realização de uma grande reunião pública, em que as pessoas não são capazes de fazer distanciamento social ou seguir a diretiva do CDC [Centro de Controle de Doenças], pode ser grosseiramente negligente.”

    O presidente norte-americano está ansioso para voltar ao palanque desde que a campanha presencial parou. Sua campanha havia originalmente traçado planos para reiniciar comícios em julho, mas o cronograma mudou à medida que mais estados começaram a reabrir suas economias e que ocorreram grandes manifestações em todo o país por causa da morte de George Floyd no final de maio.

    Os organizadores da campanha acreditam que as multidões desses protestos abriram as portas para eventos como os comícios, apesar das advertências das autoridades de saúde pública de que ainda são necessários distanciamento social, cobertura facial e interação pública limitada para evitar um segundo pico do vírus.

    Não está claro quais medidas de segurança específicas serão adotadas no comício de Trump. O governador de Oklahoma, Kevin Stitt, recomenda que os moradores minimizem o tempo gasto em “ambientes lotados” na reabertura do estado, mas não impõe limites para reuniões de grupo.

    “Teremos precauções de segurança”, disse o diretor de comunicações da campanha de Trump, Tim Murtaugh.

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês).