Calor extremo mata abelhas e derrete colmeias no Arizona
Phoenix, capital do estado, registrou o mês mais quente para qualquer cidade dos Estados Unidos, com mais de 43ºC por 31 dias consecutivos
Enquanto o calor extremo afeta o Arizona, nos Estados Unidos, alguns entomologistas estão ficando preocupados com o número crescente de abelhas mortas – uma espécie vital para nosso ecossistema, especialmente na produção de alimentos.
As temperaturas em Phoenix [capital do estado] atingiram mais de 43ºC por um recorde de 31 dias consecutivos, de 30 de junho a 30 de julho, sendo o mês mais quente já registrado em qualquer cidade dos EUA.
Esse calor sem precedentes fez com que especialistas em abelhas em todo o Arizona soassem o alarme.
A apicultora Cricket Aldridge, de Phoenix, que agora passa muitos de seus dias salvando as abelhas do calor, disse à CNN que “as casas das abelhas estão derretendo” e que “outras colônias de abelhas estão atacando colônias de abelhas devido à escassez de alimentos”.
De acordo com Dan Winter, presidente da Federação Americana de Apicultura, é necessário um calor muito extremo e nenhuma água para que as colmeias derretam, porque elas usam a evaporação para esfriar.
As abelhas do Arizona lutam contra o calor implacável usando água e suas asas para resfriar a colmeia, explicou Nair, e, para manter a ninhada viva, elas devem manter a temperatura da colmeia entre 92 e 104 graus [fahrenheit, equivalente a 33,3ºC e 40ºC respectivamente].
No entanto, com temperaturas tão altas, não há muito que eles possam fazer.
“Estamos vendo abelhas mortas ao redor das colmeias”, diz Nair. “Isso é por causa do calor – é muito quente nas colmeias, e as abelhas não deixam [outras abelhas] voltarem”.
Quando as abelhas deixam a colmeia para procurar comida, as opções são escassas, de acordo com Nair. Semanas de calor ininterrupto em Phoenix murcharam as flores e mataram os cactos saguaro, importantes fontes de alimento para as abelhas.
Nair adverte que os humanos podem ver os impactos de mais abelhas mortas por muitos anos.
Uma queda na polinização pode levar a uma interrupção na produção de alimentos como melão, frutas cítricas, abobrinha, café e chocolate, que dependem das abelhas.
O calor é mais um estresse adicional nas populações de abelhas, que já estão em perigo. No ano passado, os apicultores nos EUA perderam cerca de 48% de suas colônias de abelhas, de acordo com Beeinformed.org.
Winter disse que as populações de abelhas estão em declínio devido ao aumento das ameaças de pragas e ameaças à sua nutrição e habitat.
À CNN, ele disse também que os humanos colocaram os habitats das abelhas em risco com a monocultura, o que “é um grande problema porque não deixa muita nutrição para as abelhas”.
Os especialistas em abelhas têm uma mensagem para as regiões que lidam com calor extremo – pedindo que as pessoas coloquem água para as abelhas e mantenham mais espécies de plantas nativas.
“As abelhas geralmente se dão bem desde que tenham água”, disse Winter.