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    Cada um vai ter que ceder um pouco, afirma Lula sobre guerra na Ucrânia

    Declaração foi dada em resposta à pergunta da jornalista da CNN Priscila Yazbek; para o presidente do Brasil, nações não querem discutir a paz, mas apenas a rendição total na guerra

    Pedro Jordão , São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (21) que tanto a Rússia quanto a Ucrânia precisam “ceder um pouco” para chegarem ao fim da guerra no Leste Europeu.

    “Hoje, os dois querem 100%. E eu acho que não é possível. Cada um vai ter que ceder. Se não for agora, vai ser amanhã, depois de amanhã, daqui a um ano, mas vai acontecer”, disse.

    A afirmação foi feita em resposta à pergunta da jornalista da CNN Priscila Yazbek na coletiva de imprensa que o político convocou após encerramento da cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão, neste domingo (21), às 20h, pelo horário de Brasília.

    “O que eu sinto é que nem o [Vladimir] Putin [presidente da Rússia] e nem o [Volodymyr] Zelensky [da Ucrânia] estão falando de paz neste momento. Me parece que os dois acreditam que alguém vai ganhar e não precisam falar de paz.”

    Na opinião do presidente do Brasil, a guerra pode ser “muito longa” caso não haja uma discussão sobre a paz. “Eu acho que é importante a gente evitar que continue morrendo gente”, continuou.

    Ele acrescentou que a paz “só é possível se os dois quiserem”. “Na hora que eu for necessário encontrar com o Zelensky e, depois, com o Putin, eu não tenho problema nenhum de viajar à Ucrânia e à Rússia. Mas pelo o que eu ouvi do meu representante [chanceler Mauro Vieira], no momento, isso não é possível. Primeiro, nós temos que ver quando um dos dois vai querer discutir a paz.”

    Lula criticou o discurso do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden: “Ele não fala em paz, fala que a Rússia tem que abandonar [o território ucraniano]. Eu não sei se ela vai abandonar. É preciso ter gente que consiga construir uma saída”.

    “Todos nós condenamos a ocupação territorial da Ucrânia. Não tem ninguém que não condene. Achamos que os russos não tinham o direito de fazer isso. A Ucrânia está certa em defender o seu território. Mas isso vai até quando?”, questionou Lula.

    “O que nós queremos é que, primeiro, pare a guerra, parem os ataques. E vamos tentar encontrar uma saída negociada. Não é possível construir isso de fora para dentro. Quem tem que querer a paz é a Ucrânia e a Rússia”, disse.

    Lula e o G7

    O G7 é formado pelas sete nações mais industrializadas do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

    Também participaram do encontro outras oito nações convidadas: Brasil, Austrália, Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Vietnã.

    Esta foi a sétima vez que Lula participou como convidado de um encontro do G7. O presidente voltou a ser convidado para o G7 após 14 anos. O país foi convidado para os encontros em seis ocasiões entre 2003 e 2009, durante os primeiros governos do petista.

    O governo federal afirma que a ida de Lula a mais esta reunião do grupo marca “a retomada do engajamento do Brasil com o G7 e consolidando a percepção de equilíbrio no posicionamento do país em temas sensíveis do cenário internacional”.

    Histórico de participações do Brasil em Cúpulas do G7

    Em 2003, o Brasil participou da Cúpula de Évian-les-Bains, a convite da França; em 2005, da Cúpula de Gleneagles, a convite do Reino Unido; 2006, Cúpula de São Peterburgo, a convite da Rússia (então membro do G8); 2007, Cúpula de Heiligendamm, a convite da Alemanha; 2008, Cúpula de Hokkaido, a convite do Japão; e 2009; Cúpula de L’Aquila, a convite da Itália.

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