“Bunga-bunga” de Berlusconi teve presença de jovem brasileira
Ex-premiê protagonizou polêmicas com as suas festas homéricas, após acusações de que teria relações sexuais com menores de idade; brasileira também teria participado dos eventos
O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, morto nesta segunda-feira, colecionou uma série de polêmicas como líder político, empresarial e também futebolístico, à frente do poderoso Milan. Mas como nada foi o bastante para o intenso e controverso líder, ele se notabilizou também pelos incontáveis escândalos de sua vida pessoal. No período em que esteve à frente do governo italiano, se tornaram mundialmente famosas as suas festanças, que ganharam o pitoresco nome de “bunga-bunga”.
No início, as notícias sobre os “bunga-bunga” de Silvio Berlusconi estavam mais focadas na pura fofoca, sobre as pessoas envolvidas e detalhes picantes dos acontecimentos. Com o passar do tempo, porém, a repercussão dos fatos atingiu outros caminhos, com acusações de uso de dinheiro público e até explorações de menores.
Magistrados dizem que ele pagou milhares de euros por sexo com a dançarina de boate nascida no Marrocos Karima El Mahroug, conhecida como “Ruby” quando ela era menor de idade, durante uma de suas “bunga-bunga”.
Ele negou, mas admitiu tê-la libertado de uma delegacia de polícia, dizendo que ela era sobrinha do então presidente egípcio Hosni Mubarak. Um tribunal finalmente o absolveu de fazer sexo com uma jovem, dizendo que ele não deveria saber que ela tinha menos de 18 anos.
Brasileira envolvida
As investigações da época apontaram para uma outra jovem, que também seria menor de idade, quando ela visitou a residência particular de Berlusconi.
Segundo os promotores de Milão, tratava-se da brasileira Iris Berardi, e ela teria visitado o político em ao menos duas ocasiões: na casa de Berlusconi na Sardenha em 21 de novembro de 2009 e em Milão em 13 de dezembro de 2009.
Os promotores dizem que a atividade ocorreu de fevereiro a maio. Tanto ela quanto Berlusconi negaram ter feito sexo.
Na ocasião, o primeiro-ministro caracterizou as acusações contra ele como difamação política. À CNN, os advogados de Berlusconi chamaram a investigação de “absurda e infundada” e uma “grave interferência” em sua vida privada.
O fato ganhou repercussão mundial e gerou todo tipo de comentários, piadas e acusações paralelas. Foi um prato cheio para jornalistas de fofocas e também para artistas, que criaram diversos esquetes a respeito. Em 2014, a peça alemã “Nobelpresshow” fez sátiras a vários governantes, como o sírio Bashar al-Assad e o turco Recep Erdogan, e incluiu Berlusconi e seus bunga-bunga na apresentação.
Berlusconi também foi acusado de subornar garotas de programa, que participavam dos “bunga-bunga”, para manipular seus depoimentos à Justiça. No entanto, não foram encontradas provas sólidas contra ele e acabou sendo absolvido.
Embora Berlusconi tenha menosprezado sua reputação de namorador, sua segunda esposa, Veronica Lario, não o fez. Ela pediu o divórcio dizendo que não poderia viver com um homem que “sai com menores”.
Os muitos escândalos cobraram seu preço e, em 2011, ele renunciou ao cargo de primeiro-ministro quando a Itália se aproximou de uma crise de dívida ao estilo grego.
Ele nunca se casou novamente, mas em 2022 teve um casamento “simbólico” com sua parceira Marta Fascina, 53 anos mais nova, que usou um vestido de noiva branco para a cerimônia não oficial.
(Publicado por Fábio Mendes, com informações da CNN e Reuters)