Brasileiros na África do Sul aguardam repatriação
Em busca de informações, essas pessoas se encontraram nas redes sociais e assinaram uma petição cobrando das autoridades urgência na repatriação
Com as fronteiras fechadas desde março como parte das políticas de contenção da propagação do coronavírus, um grupo de pelo menos 29 brasileiros tenta retornar da África do Sul e aguarda a repatriação.
Para parte deste grupo, o visto de permanência no país já venceu, assim como o seguro viagem — que garante atendimento médico em caso de necessidade. Muitos já não têm mais dinheiro para se manter no exterior e precisam retornar ao Brasil. Entre as pessoas estão jovens que viajaram sozinhos, famílias com crianças e até um bebê recém-nascido.
Segundo relataram à CNN, foram diversos pedidos de repatriação, sem sucesso. Em busca de informações, essas pessoas se encontraram nas redes sociais e assinaram uma petição cobrando das autoridades urgência na repatriação, já que o último voo fretado pelo Itamaraty partiu em abril.
Desde então, a Embaixada do Brasil tem conseguido lugar em voos comerciais autorizados para operar na África do Sul com objetivo de resgatar quem ainda ficou por lá. Mas, ao contrário das repatriações, esses voos são pagos pelos passageiros e têm valores muito altos, variando entre R$ 6 mil e 15 mil por pessoa. Desde então, os brasileiros cobram da Embaixada do Brasil na África do Sul para que a repatriação seja subsidiada pelo governo brasileiro.
Segundo as informações do Ministério das Relações Exteriores, a repatriação é o custeio, pelo governo brasileiro, de passagens de retorno ao Brasil para cidadãos que desejam retornar definitivamente, podendo ser concedida apenas uma vez. “Para receber o benefício, cidadãos brasileiros devem comprovar seu real estado de desvalimento, por meio de obtenção, junto à Defensoria Pública da União, de declaração de hipossuficiência”.
O Itamaraty informou que, até o momento, foram fretados 37 voos para repatriação de brasileiros retidos no exterior. Até agora, diz a pasta, o número de repatriados, seja por via aérea ou terrestre, já ultrapassa a marca de 33 mil pessoas.
A última operação mobilizou sete embaixadas na África Ocidental e permitiu a repatriação de 130 pessoas. A operação foi precedida de complexa operação terrestre e aérea em sete países diferentes. Os repatriados desembarcaram no dia 23 de julho em solo brasileiro.
Nesta segunda-feira (17), a África do Sul se enquadrou no “Alerta Nível 2”, ou seja, a propagação da Covid-19 é considerada moderada. Apesar desta decisão representar o início de uma flexibilização, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou que as fronteiras continuarão fechadas como parte da política para enfrentar a propagação do coronavírus.