Brasileiro desaparecido na Suíça já foi confundido com homem procurado pela polícia, diz esposa
Empresário ministra palestras em diversos países e já havia visitado a Suíça a passeio


Brasileiro que está desaparecido na Suíça desde o dia 8 deste mês, Márcio Rodrigues da Silva já teria sido confundido por autoridades aeroportuárias com um homem procurado pela polícia que teria o mesmo nome e sobrenome que o empresário.
Segundo a esposa dele, Ana Lúcia Cera, as confusões só eram resolvidas após cruzarem outras informações, como passaporte e nome da mãe.
VÍDEO – PF e Interpol investigam sumiço de empresário na Suíça
Ana Lúcia revelou à CNN que esta foi a primeira vez que Márcio viajou à Suíça a negócios. O casal já teria ido uma vez a passeio no passado após passarem alguns dias na França.
Márcio é empresário, especializado em ministrar treinamentos motivacionais e de vendas. Segundo Ana, ele é uma pessoa “muito querida”, muito alegre e tem dois filhos adolescentes.
Nas redes sociais, Márcio exibe diversos treinamentos de liderança, inclusive no exterior. Ana conta que o empresário já deu aulas no Paraguai, em Portugal e na Espanha.
Segundo Ana, Márcio tem o mesmo nome e sobrenome de um homem procurado pela polícia. Ela conta que ele teve problemas em algumas viagens internacionais que fez, como quando o casal viajou para Portugal e para a Espanha, e que chegou a ser levado para revista em salas reservadas.
A liberação só ocorria, de acordo com Ana, após as autoridades verificarem seu passaporte e constatarem que o nome da mãe de Márcio era diferente da genitora do homem procurado.
Relato do desaparecimento
À reportagem, Ana Lúcia contou que a viagem do marido foi motivada por negócios que ele faria na Suíça. No entanto, ela disse desconhecer detalhes do investimento, pois ele teria dito apenas que viajaria à Suíça “para assinar um documento de um investimento”.
Ela conta que Márcio partiu do Brasil com destino a Zurique, com escala em Barcelona. O homem chegou à Suíça no dia 8 de novembro, por volta das 8h da manhã – horário de Brasília, e relatou à esposa que suas duas malas foram extraviadas.
Em Zurique, Márcio se encontraria com dois homens que lhe dariam assessoria e o ajudariam com a tradução, pois falavam espanhol, idioma que Márcio também conhece.
Ana conta que Márcio havia reservado um hotel, mas que não chegou a dar entrada na hospedagem porque os dois homens disseram a ele para ficar em outra acomodação, mais próxima do escritório deles.
No entanto, segundo Ana Lúcia, o marido relatou que os homens tomaram o passaporte de Márcio e que ele estaria desesperado, por achar que caíra em uma cilada.
Na última conversa que tiveram, às 13h34 daquele dia, Márcio relatou a Ana Lúcia que pegaria um táxi para tentar retomar o passaporte, mas disse, aos prantos, que não sabia se retornaria e pediu à esposa que orasse por ele.
O telefone de Márcio foi desligado logo em seguida e Ana não teve mais retorno de ligações ou mensagens, que nem chegaram ao celular do marido.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Zurique, afirmou que acompanha o caso e mantém contato com as autoridades locais com vistas a apurar as circunstâncias do ocorrido.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) ouviu a esposa da vítima e que, após realização das diligências cabíveis, encaminhou o caso à Polícia Federal, que investiga o desaparecimento com apoio da Interpol.
Angústia e pedidos de ajuda
Depois do último contato com Márcio, Ana conta que pediu ajuda à Polícia Federal, à Polícia Civil e à Delegacia de desaparecidos. Ela também relatou ter procurado o consulado da Suíça no Brasil, o Consulado do Brasil na Suíça, o Itamaraty e a Interpol.
Ela disse ainda, que seu cunhado contratou um advogado suíço e que as autoridades teriam descoberto que os homens que se encontraram com Márcio usavam nomes falsos.
Ana conta que ela, os filhos e familiares estão “arrasados”. Segundo ela, desde que o marido desapareceu, não consegue comer e nem dormir adequadamente.
“A falta de notícias me deixa angustiada o dia todo”, conta ela. “Precisando tomar remédio para aguentar essa angústia”.
*Com informações de Naira Zitei e Victor Aguiar