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    Brasil reconhece que Venezuela descumpriu acordo por garantias eleitorais

    Itamaraty diz que bloqueio de candidata da oposição não é compatível com Acordo de Barbados, assinado para garantir processo eleitoral transparente

    Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil
    Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

    Luciana Taddeoda CNN

    em Buenos Aires

    O governo brasileiro manifestou, nesta terça-feira (26), que “acompanha com expectativa e preocupação” o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela.

    O prazo para a inscrição das candidaturas para o pleito presidencial marcado para o dia 28 de julho terminou na madrugada de terça-feira (26) sem que o bloco opositor majoritário, Plataforma Unitária, pudesse inscrever a candidata Corina Yoris, indicada como representante de María Corina Machado, que foi impedida de ocupar cargos públicos por 15 anos.

    “Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os Acordos de Barbados”, expressa a nota divulgada pelo Ministério das relações Exteriores.

    De acordo com o Itamaraty, “o impedimento da candidata não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”. A nota especifica ainda que onze candidatos ligados a correntes de oposição conseguiram o registro, entre eles o governador do estado de Zúlia, Manuel Rosales.

    Ele foi inscrito, no último momento, pela sigla Um Novo Tempo (UNT), que afirma ter tentado, durante todo o período de inscrição, registrar Corina Yoris como candidata.

    “O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil”, diz a nota do Itamaraty.

    O governo brasileiro conclui a manifestação reiterando “repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”.

    O Acordo de Barbados foi assinado no final do ano passado, após negociação entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana, em diálogos mediados pela Noruega, para que haja garantias para um processo eleitoral transparente para o pleito presidencial deste ano na Venezuela.