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    Brasil pode criar mecanismo para troca de informações com americanos, diz Amorim

    Delegação de congressistas do Partido Democrata chegou ao Brasil nesta segunda-feira (14) para reuniões com ministros, funcionários do governo, parlamentares e representantes de movimentos sociais

    Gabriela Pradoda CNN , em Brasília

    O chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (14) que a visita da delegação do Partido Democrata ao Brasil abre portas para criar “mecanismo de diálogos” entre o Brasil e os congressistas norte-americanos.

    Amorim disse que a iniciativa partiu dos próprios integrantes da delegação. A reunião foi na manhã desta segunda em Brasília.

    Participam da comitiva os democratas Alexandria Ocasio-Cortez, Joaquin Castro, Nydia Velázquez, Greg Casar e Maxwell Frost, além da chefe de gabinete do senador Bernie Sanders, Misty Rebik.

    Segundo o assessor especial, a reunião focou nas afinidades e nas divergências entre os dois países. Nas divergências, Amorim pontuou que criticou as sanções à Venezuela e a Cuba.

    Para ele, não é uma questão de apoio ao sistema desses países, mas que isso cria dificuldade para todo o continente.

    “As sanções fazem mal a toda a América Latina. Eles [Estados Unidos] não podem fazer sanção a terceiros”, comentou por telefone após a reunião.

    O assessor também informou que, no cenário internacional, o comércio com a China e a União Europeia faz com que o Brasil não possa adotar uma postura de concordância total com os americanos, mas que há abertura para diálogo.

    Amorim também disse ter reafirmado a importância do apoio ao sistema eleitoral brasileiro, por parte dos americanos, nas eleições presidenciais de 2022.

    O ex-chanceler afirmou ainda que é preciso cooperação em assuntos para desenvolver políticas públicas de equidade de gênero e raça e que o Brasil trabalha em conjunto com o governo dos Estados Unidos em estudos sobre os empregos na economia tecnológica.

    Delegação americana

    Uma delegação de congressistas americanos do Partido Democrata chegou ao Brasil nesta segunda-feira (14).

    O grupo participa de uma série de reuniões com ministros, funcionários de alto nível do governo, parlamentares brasileiros e representantes de movimentos sociais.

    A viagem é patrocinada pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR, na sigla em inglês). Segundo a instituição, o foco é aprender sobre os principais esforços do Brasil para defender a democracia, impulsionar a transição verde e recuperar os direitos à saúde, moradia e segurança alimentar.

    Alexandria Ocasio-Cortez e Joaquin Castro são conhecidos por defender com maior vigor as pautas da esquerda e, após os atos criminosos de 8 de janeiro de 2023, chegaram a pedir a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava nos Estados Unidos na época.

    “Muitas vezes, visitantes de Washington vêm à região para ministrar palestras e conselhos não solicitados. Esta delegação veio ao Brasil ouvir, aprender, observar e dialogar”, afirmou o diretor de Política Internacional do CEPR, Alex Main.

    “Essa delegação é sobre a criação de laços duradouros entre o Brasil e os Estados Unidos”, completou o diretor. Após a visita ao Brasil, os congressistas devem cumprir agenda no Chile e na Colômbia.

    Confira as agendas da delegação:

    No Palácio do Planalto, os congressistas vão se reunir com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além do assessor de relações especiais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, para discutir as políticas do governo.

    Depois, no Palácio Itamaraty, a comitiva se encontrará com a secretária-geral Maria Laura da Rocha, para discutir os planos do Brasil para liderar a cúpula do G20 no próximo ano, que será no Rio de Janeiro.

    Está prevista uma visita ao Senado Federal, onde os congressistas vão se reunir com a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e ao Congresso Nacional para participar de mesa redonda de parlamentares da CPMI.

    A comitiva ainda deve encontrar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do Plano de Transição Ecológica do governo, anunciado na sexta-feira (11). A iniciativa promete, entre outros pontos, a criação de um mercado regulado de carbono e a reformulação do Fundo Clima.

    Agendas com a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), sobre proteções dos territórios indígenas e com a assessora especial da Presidência, Adriana Abdenur, sobre desenvolvimento sustentável, também estão marcadas.

    Depois, a delegação deve se reunir com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O objetivo do grupo é conhecer as diferentes lutas sociais no país.

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