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    Brasil, China e outros 11 países propõem acordo de paz entre Ucrânia e Rússia

    Sem condenar um lado específico do conflito, documento elaborado durante Assembleia Geral apela por solução de paz

    Rebeca BorgesPatrícia Nadirda CNN

    Países do chamado Sul Global, entre eles China e Brasil, publicaram nesta sexta-feira (27) nota conjunta com estratégias para encerrar a guerra entre Ucrânia e Rússia. O documento foi divulgado após a 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada nesta semana, nos Estados Unidos.

    A nota apresenta nove pontos sobre o conflito. Neles, os países afirmam estar “profundamente preocupados com a hostilidade em andamento na Ucrânia” e os riscos decorrentes do conflito. A guerra no leste europeu já dura mais de dois anos e meio.

    Além de Brasil e China, assinam o documento: África do Sul, Argélia, Bolívia, Cazaquistão, Colômbia, Egito, Indonésia, México, Quênia, Turquia e Zâmbia.

    “Ressaltamos a importância de apoiar uma solução duradoura pelas partes do conflito, por meio de uma diplomacia inclusiva e por meios políticos baseados na Carta da ONU”, diz a nota, sem condenar um lado específico do conflito.

    O documento propõe também formar um grupo de “amigos pela paz” para “fomentar entendimentos comuns para apoiar os esforços globais para alcançar uma paz duradoura”. Segundo o grupo, Rússia e Ucrânia devem observar princípios para a desescalada do conflito, a fim de “não expandir o campo de batalha”.

    A nota também pede o aumento da assistência humanitária e da proteção a civis, incluindo mulheres e crianças. Além disso, os países afirmam que infraestruturas civis, incluindo instalações nucleares pacíficas, não devem ser alvos de operações militares.

    O grupo de países pede ainda o fim do uso de armas de destruição em massa, especialmente armas nucleares, químicas e biológicas. Além disso, o comunicado apoia os esforços de mediação para a troca de prisioneiros de guerra entre Rússia e Ucrânia.

    Outro ponto do comunicado é um pedido de esforços para aumentar a cooperação internacional em áreas como energia, moedas, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de infraestruturas críticas, com objetivo de manter a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais.

    Lula e Zelensky

    Nesta semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas Nações Unidas e criticou o que o brasileiro chamou de “tese” para resolução da guerra na Europa apoiada por Brasil e China.

    Em resposta, Lula disse que não há “proposta” para resolução do conflito, mas uma “tese” de que é importante o diálogo.

    “Ele [Zelensky], se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. E isso depende da capacidade de sentar e conversar. Ouvir o contrário e tentar chegar num acordo para que o povo ucraniano tenha sossego na vida”, declarou.

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