Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Bloco de direita assume liderança nas eleições da Suécia; apuração continua

    Resultado preliminar deve ser divulgado apenas na quarta-feira, com disputa apertada enquanto a primeira-ministra Magdalena Andersson tenta se reeleger

    Niklas PollardSimon JohnsonJohan Ahlanderda Reuters

    O bloco de direita da Suécia entrou na liderança, mas com uma margem estreita, com cerca de 90% dos votos apurados após as eleições gerais de domingo (11) e os resultados apontando para um novo governo após oito anos da gestão social-democrata.

    Os números até a noite deste domingo (11) mostram que os partidos Moderados, Democratas Suecos, Democratas Cristãos e Liberais conquistaram 176 assentos no parlamento, de um total de 349, contra 173 do bloco de centro-esquerda.

    Em mais uma evidência de uma mudança para a direita, os Democratas Suecos anti-imigração devem ultrapassar os Moderados como o segundo maior partido da Suécia e o maior da oposição – uma mudança histórica em um país que há muito se orgulha de sua tolerância e abertura.

    No entanto, o líder moderado Ulf Kristersson provavelmente será o candidato da direita a primeiro-ministro.

    “Não sabemos qual será o resultado”, disse Kristersson aos apoiadores. “Mas estou pronto para fazer tudo o que puder para formar um governo novo, estável e vigoroso para toda a Suécia e todos os seus cidadãos.”

    Com os votos no exterior e alguns votos postais ainda a serem contados e a margem estreita entre os dois blocos, os resultados ainda podem mudar. A primeira-ministra social-democrata Magdalena Andersson não admitiu a derrota na noite da eleição, dizendo que os resultados estavam muito apertados.

    A autoridade eleitoral disse que um resultado preliminar estará disponível no mínimo até a quarta-feira (14).

    Kristersson disse que buscaria formar um governo com os pequenos democratas-cristãos e, possivelmente, os liberais, e contaria apenas com o apoio dos democratas suecos no parlamento. Mas pode ser difícil para ele manter à distância um partido que deve ser maior do que o seu.

    “No momento, parece que haverá uma mudança de poder. Nossa ambição é ficar no governo”, disse o líder democrata sueco Jimmie Akesson a apoiadores em um comício pós-eleitoral.

    “Doze anos atrás, entramos no parlamento, quando conseguimos 5,7% dos votos. Agora temos 20,7%”, ressaltou.

    Postura contra o crime

    A campanha viu os partidos disputarem pelo título de mais duros contra o crime, em especial de de gangues, depois de um aumento significativo de tiroteios que amedrontou os eleitores, enquanto a inflação crescente e a crise de energia após a invasão da Ucrânia ocupam cada vez mais o centro do palco.

    Embora as questões de segurança pública sejam um território natural para a direita, problemas econômicos de famílias e empresas que enfrentam preços altíssimos de energia auxiliaram a primeira-ministra Andersson.

    Andersson foi ministra das Finanças por muitos anos antes de se tornar em 2021 a primeira mulher primeira-ministra da Suécia.

    Já Kristersson havia se apresentado como o único candidato que poderia unir a direita e derrubar a esquerda do poder.

    Liderança

    Quando Kristersson assumiu como líder dos Moderados em 2017, os Democratas Suecos, um partido anti-imigração com supremacistas brancos entre seus fundadores, foram evitados pela direita e pela esquerda durante as negociações para formação de governo.

    Mas Kristersson aprofundou gradualmente os laços entre os partidos desde a derrota nas eleições de 2018, e os democratas suecos são cada vez mais vistos como parte da direita dominante.

    A perspectiva dos democratas suecos terem voz na política de governo ou ingressar no gabinete dividiu os eleitores.

    “Estou temendo a chegada de um governo muito repressivo e de extrema-direita”, disse o consultor de viagens Malin Ericsson, de 53 anos, no domingo em uma estação de votação no centro de Estocolmo.

    O forte resultado para os democratas suecos se encaixa em um padrão de ganhos para a direita anti-imigração em toda a Europa, onde a Itália parece prestes a eleger um bloco conservador, incluindo os partidos Irmãos da Itália (FdI) de Giorgia Meloni e a Liga de Matteo Salvini no final deste mês.

    “Eu votei por uma mudança no poder”, disse Jorgen Hellstrom, um pequeno empresário de 47 anos, enquanto votava perto do parlamento sueco. “Os impostos precisam cair um pouco e precisamos reduzir o crime. Os últimos oito anos foram na direção errada”.

    Seja qual for o bloco vencedor, as negociações para formar um governo em um cenário político polarizado e emocionalmente carregado provavelmente serão longas e difíceis.

    Andersson precisará obter apoio do Partido do Centro e da Esquerda, que são opostos ideologicamente, e também do Partido Verde, se ela quiser um segundo mandato como primeira-ministra.

    Tópicos