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    Blinken diz que expansão dos assentamentos de Israel na Cisjordânia fere lei internacional

    EUA se opõem à medida proposta pelo governo israelense

    Jennifer HanslerHaley BritzkyDonald Juddda CNN

    O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou nesta sexta-feira (23) que qualquer expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia seria inconsistente com o direito internacional, indo contra a posição do governo de Donald Trump, que havia rompido com uma política de longa data dos EUA sobre o assunto.

    “Tem sido uma política de longa data dos EUA, tanto sob administrações republicanas como democratas, que novos colonatos são inconsistentes para alcançar uma paz duradoura”, advertiu Blinken em coletiva de imprensa em Buenos Aires.

    “Eles também são inconsistentes com o direito internacional. Nossa administração mantém firme oposição à expansão dos assentamentos. E, na nossa opinião, isto apenas enfraquece – e não fortalece – a segurança de Israel.”

    Os comentários de Blinken estão entre as críticas mais claras dos assentamentos. A administração Trump reverteu a política adotada pelos Estados Unidos ao declarar que os colonatos não violavam o direito internacional.

    Em 2019, sob Trump, o então secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que “o estabelecimento de colonatos civis israelenses na Cisjordânia não é, por si só, inconsistente com o direito internacional”.

    O ministro das Finanças de extrema-direita de Israel, Bezalel Smotrich, pediu na quinta-feira (22) milhares de novas unidades habitacionais na Cisjordânia ocupada depois que homens armados palestinos mataram um israelense de 20 anos e deixaram outros seis feridos.

    Blinken condenou esse ataque nessa sexta.

    O principal diplomata dos EUA afirmou estar “decepcionado” com os relatos de que Israel pretende expandir os assentamentos na Cisjordânia ocupada.

    Ainda assim, não é claro que medidas os EUA estão preparados para tomar se Israel ir até o fim com essa expansão — nem se essas medidas existem.

    Nesta sexta-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, rejeitou a interpretação de que os comentários de Blinken eram uma inversão, dizendo em vez disso que reafirmavam uma política de longa data com a qual a administração Trump tinha rompido.

    “Tem sido uma política de longa data dos EUA, tanto sob administrações republicanas como democratas, que os novos colonatos são incompatíveis para a causa da paz – francamente, também são inconsistentes com o direito internacional, e esta administração mantém esta firme oposição à expansão dos colonatos”, destacou.

    Ele pontuou que os comentários de Blinken delinearam “uma posição que tem sido consistente em uma série de administrações republicanas e democratas – se há uma administração que está sendo inconsistente, foi a anterior”.

    Entenda o caso

    Na quinta-feira (22), o ministro das Finanças de extrema-direita de Israel, Bezalel Smotrich, disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros ministros concordaram com um conselho de planejamento para aprovar a construção de cerca de 3.300 casas em assentamentos, após um ataque mortal de palestinos.

    A maioria das unidades que seriam construídas está em áreas da Cisjordânia, a leste de Jerusalém, e outras ao sul da cidade palestina de Belém, disse Smotrich.

    O Ministério das Relações Exteriores palestino condenou o anúncio israelense, destacando nas redes sociais que isso prejudica as chances de uma solução de dois Estados.

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