Biden se encontrará com aliados orientais da OTAN após alerta nuclear de Putin
O presidente americano pretende mostrar apoio à segurança desses países após Putin suspender tratado de controle de armas nucleares
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reunirá com líderes do flanco leste da Otan nesta quarta-feira (22) para mostrar apoio à sua segurança após Moscou ter suspendido um tratado histórico de controle de armas nucleares.
Biden chegou a Varsóvia na noite de segunda-feira (20) após uma visita surpresa a Kiev, poucos dias antes do aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Durante o período de maior tensão entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria, Biden se dirigiu a milhares no centro de Varsóvia na terça-feira (21) e disse que “autocratas” como o presidente russo, Vladimir Putin, devem se opor.
Horas antes, Putin fez longos comentários carregados de críticas às potências ocidentais, culpando-as pela guerra na Ucrânia. Putin também recuou do novo tratado de controle de armas START – um acordo de 2010 que limita o número de ogivas nucleares estratégicas russas e americanas – e alertou que Moscou poderia retomar os testes nucleares.
Na quarta, Biden se reunirá com funcionários da embaixada dos EUA em Varsóvia antes de reunir os líderes dos Nove de Bucareste, os países do flanco oriental da Otan, como Polônia, Bulgária e Lituânia, que se juntaram à aliança militar ocidental após serem dominados por Moscou durante a Guerra Fria.
A maioria está entre os maiores apoiadores da ajuda militar à Ucrânia e autoridades dos países do grupo pediram recursos adicionais, como sistemas de defesa aérea.
Na reunião, Biden planeja reafirmar compromissos sobre sua segurança e discutir o apoio à Ucrânia antes de retornar a Washington.
A Rússia considera a OTAN, que em breve poderá se expandir para incluir a Suécia e a Finlândia, uma ameaça existencial.
A mensagem do presidente lituano, Gitanas Nauseda, a Biden será que ele quer um maior envolvimento dos Estados Unidos na Europa, o flanco oriental da OTAN e mais armas enviadas para a Ucrânia.
“Vamos dar à Ucrânia todas as armas necessárias para derrotar o agressor”, publicou Nauseda em suas redes sociais.
“Vamos continuar construindo nossas próprias defesas. O flanco oriental da #NATO deve permanecer em nosso foco. Nenhum ponto fraco deve ser deixado”.
A ex-república soviética à porta da Rússia ingressou na Otan em 2004 e planeja receber Biden em julho para a cúpula dos líderes da aliança de segurança. Antes de voar para Varsóvia para a reunião na quarta-feira, o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, reiterou a importância de ajudar a Ucrânia.
“Os ucranianos estão lutando com extrema bravura”, disse Fiala. “Mas eles não podem fazer isso sem a nossa ajuda, e não podem fazer isso sem a ajuda de países grandes e poderosos que têm os meios e a capacidade de fazê-lo”, disse ele.