Biden encerra o apoio dos EUA à Arábia Saudita na guerra do Iêmen
Presidente americano disse que suspenderá venda de armas para uso no conflito; ele reiterou, porém, apoio à soberania do reino
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou na noite de quinta-feira (4) a suspensão do apoio do país a uma campanha militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen, afirmando que a guerra de mais de seis anos, amplamente vista como um conflito por procuração entre a Arábia Saudita e o Irã, “tenha que terminar”.
Biden também nomeou o veterano diplomata dos EUA Timothy Lenderking como enviado especial dos EUA para o Iêmen em uma tentativa de intensificar a diplomacia americana “para acabar com a guerra no Iêmen, uma guerra que criou uma catástrofe humanitária e estratégica.”
As Nações Unidas descrevem o Iêmen como a maior crise humanitária do mundo, com 80% de sua população carente e milhões à beira da fome.
“Esta guerra tem que acabar”, disse o presidente democrata durante uma visita ao Departamento de Estado dos EUA em Washington. “E para ressaltar nosso compromisso, estamos encerrando todo o apoio americano às operações ofensivas na guerra no Iêmen, incluindo relevantes vendas de armas.”
O movimento é uma reversão de uma política tanto do governo democrata de Barack Obama quanto do republicano Donald Trump. Biden foi vice-presidente do governo Obama.
“Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita enfrenta ataques de mísseis, ataques de UAV (drones) e outras ameaças de forças fornecidas pelo Irã em vários países. Vamos continuar a apoiar e ajudar a Arábia Saudita a defender sua soberania e sua integridade territorial e seu povo”, disse ele na quinta-feira.
A Arábia Saudita recebeu bem os comentários de Biden, particularmente seu compromisso com a defesa do país e contra as ameaças ao reino, de acordo com a agência de notícias estatal do país.
A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio no Iêmen em 2015, apoiando as forças do governo que lutavam contra os Houthis, alinhados ao Irã. As autoridades da ONU tentam retomar as negociações de paz para encerrar a guerra, já que o sofrimento do país também é agravado por uma crise econômica, o colapso da moeda e a pandemia de Covid-19.