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    Biden e Kamala Harris avançam para disputar reeleição em 2024

    Campanha presidencial nos Estados Unidos deverá dar destaque ao cargo de vice-presidente devido à idade avançada de Biden, que está com 80 anos

    Reuters

    Eleitos em 2020 para comandar a Casa Branca, os democratas Joe Biden e Kamala Harris devem repetir a dobradinha para a corrida presidencial do ano que vem, em busca da reeleição para os cargos de presidente e vice-presidente dos Estados Unidos.

    Harris, pode não ter conquistado o país em seus primeiros dois anos no cargo, mas continua ao lado de Joe Biden.

    A primeira mulher vice-presidente do país está se preparando para outra campanha nacional, apesar dos baixos índices de aprovação nas pesquisas, do fracasso em conquistar o establishment de Washington e da preocupação entre os correligionários democratas com um início desanimador no cargo.

    Harris enfrenta uma situação de alta pressão enquanto Biden, agora com 80 anos, caminha rumo a uma disputa sem precedentes para um segundo mandato como o primeiro octogenário no Salão Oval.

    Se ele vencer e ficar doente ou não puder cumprir suas obrigações, Kamala, de 58 anos, irá sucedê-lo. Essa realidade irá pairar sobre a candidatura à reeleição em 2024.

    Embora a dupla tenha um bom relacionamento de trabalho, fontes democratas dizem que Biden tem frustrações com alguns dos trabalhos da vice. Ele também está convencido de que nem Kamala nem qualquer outro candidato democrata conseguiria derrotar o ex-presidente Donald Trump se ele for o candidato republicano, um fator que tem influenciado a inclinação de Biden para concorrer novamente, disse uma ex-autoridade da Casa Branca.

    “Se ele não achasse que ela era capaz, não a teria escolhido. Mas é uma questão de estar sempre à altura da ocasião”, disse a ex-autoridade, falando sob condição de anonimato. “Acho que a candidatura dele à reeleição é menos sobre ela e mais sobre ele, mas acho que ela e a bancada democrata [são] um fator.”

    Kamala Harris parte para uma viagem à África no fim desta semana, uma visita que pode ressaltar suas credenciais de política externa e gerar o tipo de manchete positiva dentro dos EUA que muitas vezes lhe escapou.

    Quando Biden escolheu Kamala, apenas a segunda mulher negra eleita para o Senado dos EUA, ela era mais popular do que ele entre mulheres, jovens eleitores e até alguns republicanos, mostrou uma pesquisa Reuters/Ipsos de agosto de 2020.

    Como vice-presidente, porém, ela tem um índice de favorabilidade de 39%, segundo uma média do agregador de pesquisas RealClearPolitics, abaixo dos 42,3% de Biden.

    Alguns democratas expressaram desapontamento com o fato de Kamala não ter avançado mais em questões críticas, aproveitando sua plataforma e protegendo a si mesma –e seu companheiro de chapa– contra críticas que podem ofuscar sua próxima campanha.

    “Acho que este é realmente um dos desafios estratégicos fundamentais para [Biden] … como navegar por isso”, disse um democrata com laços estreitos com a Casa Branca, ressaltando a implausibilidade de substituir Kamala na chapa presidencial. “É quase impossível para eles fazer uma mudança.”

    Biden poderia perder votos cruciais se afastasse Kamala, que é a primeira vice-presidente negra e asiático-americana dos Estados Unidos.

    “Você não pode substituir sua primeira vice-presidente negra e pensar que os negros e as mulheres vão votar em você”, disse a ex-autoridade da Casa Branca. “Ele precisa dela.”

    Biden tem afirmado que pretende ser o candidato democrata em 2024, mas não fez um anúncio formal. Tanto Biden quanto Harris disseram que concorrerão juntos.

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