Biden diz que Rússia mente sobre sanções e pede expansão de acordo
Presidente dos Estados Unidos falou na Assembleia-Geral da ONU nesta quarta-feira (21)
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden falou, nesta quarta-feira (21), na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Ele acusou a Rússia de provocar a crise de alimentos no mundo e defendeu a expansão do acordo de exportação de grãos com o país e a Ucrânia, que enfrenta a invasão russa há mais de seis meses.
Biden abriu o discursou falando sobre a invasão da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin: “Vamos falar claramente, um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas invadiu o vizinho, tentou apagar o estado soberano do mapa”.
“A Rússia violou descaradamente os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”, apontou. Ainda acrescentou que “os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU devem consistentemente defender esta carta”.
Rússia responsável pela crise global de alimentos
O presidente dos Estados Unidos atribuiu diretamente a culpa pela crise global de alimentos à Rússia, acusando o país de “bombear mentiras” sobre as sanções ocidentais em meio à guerra na Ucrânia.
“A Rússia está espalhando mentiras, tentando colocar a culpa da crise nas sanções impostas por muitos no mundo pela agressão contra a Ucrânia. Então deixe-me ser perfeitamente claro sobre uma coisa: nossas sanções permitem explicitamente à Rússia a capacidade de exportar alimentos e fertilizantes. Sem limitação”, disse.
“É a guerra da Rússia que está piorando a insegurança alimentar, e só a Rússia pode acabar com ela”, acrescentou.
O presidente americano elogiou a ONU por ajudar a intermediar um acordo de exportação de grãos com a Ucrânia e a Rússia e encorajou uma extensão. Segundo ele, cerca de 193 milhões de pessoas em todo o mundo estão passando por insegurança alimentar aguda, “um salto de 40 milhões em um ano”. Ele também anunciou US$ 2,9 bilhões em apoio dos EUA para assistência humanitária e alimentar.
Putin faz ameaça nuclear
Biden abordou o discurso de Putin anunciando uma mobilização parcial imediata de cidadãos russos e fazendo uma ameaça nuclear velada: “O presidente Putin fez ameaças nucleares abertas contra a Europa e um desrespeito imprudente pelas responsabilidades de um regime de não proliferação. Agora, a Rússia está convocando mais soldados para se juntar à luta, e o Kremlin está organizando um referendo falso para tentar anexar partes da Ucrânia – uma violação extremamente significativa da carta da ONU”.
“Este mundo deveria ver esses atos ultrajantes pelo que são”, acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos reiterou que o país não permitirá que o Irã adquira uma arma nuclear, já que as negociações para reviver um acordo nuclear não conseguiram fazer progressos significativos nos últimos meses. “Enquanto os Estados Unidos estão preparados para um retorno mútuo ao Plano de Ação Abrangente Conjunto se o Irã cumprir suas obrigações, somos claros: não permitiremos que o Irã adquira uma arma nuclear”.
Biden também pediu aos líderes mundiais que se comprometam novamente com o regime de não proliferação nuclear por meio da diplomacia, fazendo referência a outras ameaças nucleares da Rússia, China e Coreia do Norte.
*Publicado por Marina Toledo