Biden discute novas sanções a Cuba com líderes cubano-americanos
Administração Joe Biden emitiu sanções contra Cuba antes da reunião da Casa Branca com representantes cubano-americanos
O governo Biden está anunciando novas sanções contra Cuba, incluindo sanções sobre direitos humanos contra a força policial do país e novos “esforços para melhorar a conectividade com a Internet” na ilha, disse um representante do governo na sexta-feira (30).
As questões devem ser discutidas quando Biden se encontrar com líderes cubano-americanos na Casa Branca no final do dia, disse o oficial a repórteres.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro emitiu as sanções na sexta-feira, designadas pela Global Magnitsky Human Rights Accountability Act. As sanções têm como alvo a Polícia Nacional Revolucionária de Cuba – o principal órgão de aplicação da lei do país; Oscar Callejas Valcarce, o diretor da polícia; e Eddy Sierra Arias, o vice-diretor da polícia.
As sanções, disse o Departamento do Tesouro, “foram feitas em conexão com ações para reprimir protestos pacíficos e pró-democráticos”.
O responsável também disse que o governo anunciará “esforços para melhorar a conectividade com a Internet e outros meios para garantir que estamos apoiando a capacidade do povo cubano de se comunicar e receber informações como algo que deve ser tratado como um direito humano. ” O funcionário indicou que a administração tem entrado em contato com provedores privados sobre as opções de conecção.
O governante disse ainda que “perante os protestos de 11 de julho, é importante que os diplomatas norte-americanos se relacionem diretamente com o povo cubano. E se o pudermos fazer de forma a garantir a segurança do pessoal norte-americano, é algo que faremos empreender. Mas poderemos dizer algo mais sobre isso na reunião.
“A reunião de sexta-feira ocorre semanas depois que Cuba viu os maiores protestos em décadas, quando milhares foram às ruas para protestar contra a falta de alimentos e remédios enquanto o país passa por uma grave crise econômica agravada pela pandemia Covid-19 e as sanções dos EUA. Enquanto isso, os democratas também estão sob pressão para adotar uma linha mais dura contra o regime cubano em meio às incursões que o ex-presidente Donald Trump fez em 2020 entre os cubano-americanos na Flórida.
O presidente se encontrará com Felice Gorordo, CEO da eMerge Americas e co-fundadora do Roots of Hope; Yotuel Romero, vocalista do grupo de hip hop cubano Orishas e autor de Patria y Vida, a canção que se tornou um hino para os manifestantes; Ana Sofia Pelaez, fundadora do Miami Freedom Project e ex-prefeita de Miami, Manny Diaz, segundo a autoridade.
O governo Biden sancionou na semana passada um importante funcionário cubano e uma unidade de forças especiais do governo conhecida como Boinas Negras por abusos dos direitos humanos na sequência dos protestos históricos. As sanções que o presidente deve discutir na sexta-feira seriam separadas das sanções anunciadas anteriormente.
As sanções da semana passada vieram depois que grupos cubano-americanos e alguns membros do Congresso criticaram o governo por não adotar uma abordagem dura o suficiente para o regime cubano.
O presidente emitiu um comunicado condenando as detenções em massa e “julgamentos simulados” de manifestantes. Biden disse em nota na época que as ações eram “apenas o começo” e que os Estados Unidos “continuariam a punir os responsáveis pela opressão do povo cubano”.
O presidente também disse que seu governo está trabalhando com organizações da sociedade civil e do setor privado “para fornecer ao povo cubano acesso à Internet para contornar os esforços de censura do regime”.
O presidente também instruiu seu governo a examinar as remessas a Cuba, ou a prática dos americanos de transferir dinheiro a seus parentes cubanos, a fim de determinar as formas de os residentes nos Estados Unidos enviarem dinheiro ao país.
O governo cubano controla o setor financeiro e todas as comunicações da ilha, e Biden disse acreditar que nas atuais circunstâncias as remessas acabariam nas mãos do regime.
Contornar o governo para enviar dinheiro ou melhorar e expandir o acesso à Internet é um desafio que outras administrações dos EUA tentaram e não conseguiram superar, mas a questão ganhou urgência crescente após os protestos históricos e generalizados.
Biden disse durante sua campanha presidencial que tentaria reverter as políticas da era Trump para Cuba, que ele disse ter “infligido danos aos cubanos e suas famílias”. Mas a revisão de Biden dessas políticas continua em andamento, e pessoas familiarizadas com as discussões dizem à CNN que é improvável que a revisão resulte em um retorno à política da era Obama de relações normalizadas com Havana.
O governo cubano não deu sinais nos últimos anos de aliviar a repressão política e econômica ao povo cubano, o que reduziu severamente as opções do governo Biden para retornar aos laços normalizados.
Os democratas do sul da Flórida têm instado privada e publicamente seus líderes partidários a abraçar os protestos contra o regime comunista de Cuba. Esses democratas acreditam que ficar ao lado do povo cubano pode ajudar o partido a recuperar terreno com os diversos eleitores hispânicos do estado, quase metade dos quais votou em Trump em 2020, em uma oscilação de quase 10 pontos em relação a quatro anos antes.
(Texto traduzido, leia original em inglês aqui)