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    Belarus revoga credenciais de 19 jornalistas e deporta repórteres

    Segundo associação de jornalistas do país, autoridades bielorrussas prenderam quase 50 profissionais na última semana

    Rory Sullivan, Isabel Tejera e Anastasia Graham-Yooll, da CNN

    Dezenove jornalistas bielorrussos perderam, nesse sábado (29), as credenciais para trabalhar para a BBC e outros veículos estrangeiros no país. Amedida foi executada pelas autoridades no mesmo dia em que dois repórteres da Associated Press foram deportados do país.

    A repressão à liberdade de imprensa ocorre quase três semanas depois que Alexander Lukashenko foi reeleito em uma votação polêmica, que tem gerado protestos em massa, contestando o resultado das urnas.

    A Associação de Jornalistas Bielorrussos (BAJ) disse à CNN que 19 jornalistas bielorrussos foram afetados pela remoção das licenças de imprensa no sábado.

    A BBC confirmou que dois jornalistas que trabalhavam na cobertura sobre a Rússia, em Minsk, tiveram seu credenciamento retirado com efeito imediato.

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    Manifestantes em Belarus questionam resultado da última eleição presidencial, que elegeu Alexander Lukashenko para o sexto mandato.
    Foto: Tut.By via REUTERS

    Charlotte Morgan, chefe de comunicações da BBC, disse à CNN: “Condenamos nos termos mais fortes possíveis esta sufocamento do jornalismo independente. Pedimos às autoridades bielorrussas que revoguem esta decisão e permitam que nossos jornalistas continuem fazendo seu trabalho”.

    O comunicado também disse que a emissora britânica acredita que é “vital” que os bielorrussos possam acessar “informações imparciais e independentes” sobre os eventos que estão ocorrendo em seu país.

    A equipe bielorrussa da The Associated Press (AP) também foi alvo das medidas. “A Associated Press condena nos termos mais fortes este ataque flagrante à liberdade de imprensa em Belarus. A AP apela ao governo de Belarus para restabelecer as credenciais de jornalistas independentes e permitir que eles continuem relatando os fatos do que está acontecendo na Bielo-Rússia para o mundo”, disse a agência.

    A AP notícias também declarou que dois de seus jornalistas baseados em Moscou, que cobriam os recentes protestos em Belarus, foram deportados para a Rússia no sábado.

    Em outro movimento contra a liberdade de imprensa, as autoridades bielorrussas prenderam quase 50 jornalistas no início desta semana, de acordo com o BAJ.

    Em resposta às detenções, o secretário de relações exteriores britânico Dominic Raab se manifestou pelo Twitter. “Condeno a detenção em massa de mais de 50 jornalistas na noite passada em Belarus, incluindo @BBC, mídia local e internacional.”

    Raab descreveu o movimento como uma “tentativa descarada” de interferir na imprensa e pediu a Belarus que pare de atacar jornalistas.

    Dos jornalistas detidos, todos, exceto quatro, que se recusaram a entregar seus telefones, foram posteriormente libertados.

    Na sexta-feira (28), Josep Borrell, o Alto Representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores, reiterou que o bloco “não reconhece o resultado da eleição” e criticou a forma como o governo está reprimindo os partidários da democracia.

    “Mais uma vez, expressamos nosso total apoio à soberania e independência de Belarus e condenamos a repressão violenta do povo bielorrusso”, disse Borrell.

    Ele também confirmou que a UE irá punir várias autoridades na Bielo-Rússia por seu suposto papel na eleição presidencial “fraudulenta” e na subseqüente repressão aos manifestantes.

    “Esta designação deve incluir indivíduos de alto nível político”, disse Borrell.

    Colaborou James Frater, da CNN.

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