Bebês prematuros morrerão se combustível não for entregue a Gaza, alerta médico
Para poupar energia, todas as instalações não emergenciais foram desligadas, assim como as luzes e o ar condicionado


Um médico neonatal que trabalha em um hospital no sul de Gaza disse à CNN nesta segunda-feira (23) que os bebês prematuros que dependem de fornecimento de oxigênio morrerão se combustível não for entregue urgentemente ao enclave.
Hatem Edhair, chefe da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Nasser Medical Complex, afirmou que todas as instalações não emergenciais foram desligadas, assim como as luzes e o ar condicionado.
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É necessário mais combustível para alimentar as maquinas que mantém as crianças vivas, como ventiladores, fornecimento de oxigênio, monitores e esterilização, explicou.
Entretanto, Israel não permitiu a entrada de combustível na Faixa de Gaza desde que ordenou um “cerco completo” ao território, em 9 de outubro, dois dias após os ataques mortais do Hamas contra o país.
Edhair destacou que 11 bebês estão atualmente na sua unidade de cuidados intensivos neonatais, contra oito na manhã desta segunda-feira. As taxas de admissão estão aumentando à medida que os residentes do norte de Gaza fogem para o sul.
“A maioria deles são bebês prematuros. Metade deles está em ventilação não invasiva que precisa de oxigênio. Isso significa que metade deles precisa urgentemente de oxigênio e monitores”, advertiu.
Ele acrescentou que a maioria dos bebês pesa menos de 1,5 kg e que cinco nasceram com menos de 28 semanas.
Um bebê que o médico trata nasceu através de fertilização in vitro e sua família queria tê-lo há cerca de 11 anos, segundo Edhair.
“Como posso convencer a família deste bebê de que seu filho morrerá porque não há oxigênio?”, questionou.