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    Até 5.000 refeições por dia: brasileiro faz marmitas em grupo de voluntário para soldados de Israel

    Paulo Fernando vive em Israel há 7 anos, onde é cozinheiro; desde 7 de outubro, ele vem atuando como voluntário, ajudando a cozinhar marmitas para quem atua no fronte

    Manoela Carluccida CNN* , São Paulo

    Morador de Israel há 7 anos, Paulo Fernando é cozinheiro e trabalha em uma empresa multinacional que possui um restaurante tailandês.

    Lá, ele estava acostumado a cozinhar para os funcionários, mas tem trabalhado como voluntário, fazendo marmitas que são entregues aos soldados convocados por Israel.

    “No dia seguinte ao começo da guerra [iniciada em 7 de outubro], nos perguntaram quem queria voluntariamente fazer comida para o exército, uma vez que eles já tinham convocado 300 mil pessoas”, disse em entrevista à CNN. Desde então, ele dedica cerca de 6 horas do seu dia para, em um grupo de cerca de 50 pessoas, cozinhar para os militares.

    De início, como trabalha em um restaurante que serve comida tailandesa, eles produziam as marmitas com os ingredientes que tinham. Depois, começaram a cozinhar alimentos que fossem mais simples de serem preparados.

    “No começo, cozinhamos o que tínhamos na geladeira. Depois, começamos a fornecer um tipo de comida mais simples, que poderíamos fazer em maior quantidade em menor tempo, como por exemplo: frango, cuscuz, farinha, arroz”. Toda a refeição é preparada de acordo com as regras de alimentação judaica.

    Hoje, como as empresas têm começado a retornar ao regime presencial de trabalho, os cozinheiros estão atuando em duas frentes: os que cozinham para os soldados e os que cozinham para os funcionários da empresa onde trabalha. Além disso, uma outra equipe prepara sanduíches a serem entregues também para os militares. Segundo Paulo, já chegaram a preparar 2 mil sanduíches por dia.

    Marmitas são feitas para serem entregues a soldados israelenses
    Marmitas são feitas para serem entregues a soldados israelenses / Arquivo Pessoal/Paulo Fernando

    O brasileiro relata sua surpresa ao notar a quantidade de pessoas que se colocaram à disposição para realizar o trabalho voluntário. “Precisamos disso [voluntários]. Muitas pessoas que trabalhavam com a gente foram convocadas”.

    A logística é bem organizada. Os cozinheiros preparam as marmitas e as empresas que se uniram neste trabalho ficam responsáveis pela entrega delas aos soldados. Os cozinheiros não ficam nem sabendo onde as marmitas estão sendo entregues.

    Paulo afirma que por dia eles chegam a preparar entre 3 mil e 5 mil refeições, mas que ainda é preciso muito mais.

    São quase 400 mil soldados convocados, se eles comem 3 vezes por dia é mais de um milhão de refeições por dia. O número pode ser um pouco mais, um pouco menos, mas é muita comida

    Paulo Fernando

    Sobre o trabalho que tem realizado, ele diz se sentir muito grato em poder ajudar. “Gosto de conseguir fazer algo para ajudar e para mostrar que esse não é o caminho… É uma coisa que já vem em mim desde criança”. Ele conta que sua família toda fugiu do Egito em 1957 e que quer fazer tudo aquilo que puder para que não precisem passar por situações como essa novamente.

    “Eu não sou uma pessoa que vai para o Exército pegar uma arma e ir para a guerra, mas vou dar o suporte por trás sempre”, finaliza.

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