Ataques militares israelenses matam 32 palestinos em Gaza, dizem médicos
Escalada ocorre no momento em que os líderes do Hamas eram esperados no Cairo neste sábado para negociações de cessar-fogo com autoridades egípcias
Durante a sexta-feira (29) e este sábado (30), ataques militares israelenses deixaram pelo menos 32 mortos em Gaza, sendo a maioria das vítimas relatadas nas regiões do norte do território, disseram médicos à Reuters.
A escalada ocorre no momento em que os líderes do Hamas eram esperados no Cairo neste sábado para negociações de cessar-fogo com autoridades egípcias, dias após Israel e Hezbollah concordarem com um cessar-fogo no Líbano, disseram duas autoridades do grupo à Reuters.
No sábado, médicos disseram que nove pessoas morreram quando um ataque aéreo israelense teve como alvo um veículo perto de um grupo de palestinos que recebia ajuda humanitária na área sul de Khan Younis, ao sul de Gaza.
Moradores e uma fonte do Hamas disseram à Reuters que o veículo atingido perto da multidão que recebia farinha era usado por agentes de segurança encarregados de supervisionar as entregas de ajuda em Gaza.
Entre os mortos nos ataques de Israel também há pelo menos sete que morreram em um ataque a uma casa no centro de Gaza, segundo uma declaração da Defesa Civil e da agência de notícias oficial palestina WAFA.
A Defesa Civil de Gaza ainda informou que um de seus oficiais foi morto em ataques em Jabalia, no norte de Gaza, elevando o número total de trabalhadores da defesa civil mortos desde 7 de outubro de 2023 para 88.
O Exército israelense disse que matou um palestino acusado de envolvimento no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, e estava investigando alegações de que o indivíduo era funcionário do grupo humanitário World Central Kitchen.
O World Central Kitchen ainda não comentou o incidente.
Entenda o conflito da Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Quando o conflito estava prestes a completar um ano, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.