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    Ataque russo frustra operação para retirada de civis, diz autoridade da Ucrânia

    "É extremamente perigoso tirar as pessoas em tais condições", disse o conselho da cidade de Mariupol em um comunicado online; corredor humanitário deveria ter sido aberto às 07h

    Pavel Polityukda Reuters

    O conselho da cidade de Mariupol disse, neste domingo (6), que não foi possível realizar a retirada de um comboio de civis através de um corredor humanitário por causa de um bombardeio russo.

    “É extremamente perigoso tirar as pessoas em tais condições”, disse o conselho da cidade em um comunicado online.

    Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, disse no Facebook que o comboio não conseguiu deixar a cidade.

    “O comboio de evacuação com moradores locais nunca conseguiu deixar Mariupol hoje: os russos começaram a reagrupar suas forças e bombardeios pesados ​​da cidade. É extremamente perigoso evacuar pessoas em tais condições”, disse Kyrylenko.

    “O comboio com ajuda humanitária, que partiu hoje de Zaporizhzhya para Mariupol, ainda não chegou ao seu destino e está a caminho”, acrescentou Kyrrylenko.

    O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) corroborou a informação de que falhou a tentativa de retirada de 200 mil pessoas de Mariupol.

    “As tentativas fracassadas ressaltam a ausência de um acordo detalhado e funcional entre as partes em conflito”, disse o CICV em uma publicação em seu Twitter oficial.

    A Cruz Vermelha explicou que suas equipes começaram a abrir uma rota para o corredor humanitário neste domingo (6), mas “as hostilidades foram retomadas”.

    “As partes precisam concordar não apenas em princípio, mas também nos detalhes das passagens seguras. Em particular: horário específico, locais e rotas de retirada; quem pode ser voluntariamente retirado; se ajuda pode ser trazida, não apenas a retirada de civis”, complementou o CICV.

    “Permanecemos em Mariupol e estamos prontos para ajudar a facilitar novas tentativas – se as partes chegarem a um acordo, que cabe apenas a elas implementar e respeitar”, disse.

    A reabertura de corredores humanitários para saída de civis das cidades de Mariupol e Volnovakha estava prevista para a manhã deste domingo.

    “Pela manhã, os corredores humanitários serão novamente abertos tanto em Mariupol quanto em Volnovakha”, havia dito a repórteres Eduard Basurin, vice-chefe da chamada Milícia Popular da República Popular de Donetsk, de acordo com a agência de notícias russa TASS.

    O governador da região onde fica Mariupol também tinha confirmado a informação da operação de retirada de civis.

    Em publicação no Twitter, o governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, disse que o corredor humanitário seria aberto às 12h, no horário local (07h, no horário de Brasília).

    De acordo com Kyrylenko, o cessar-fogo deveria vigorar entre as 10h e 21h no horário local.

    O governo ucraniano disse anteriormente que o plano era evacuar cerca de 200 mil pessoas de Mariupol e 15 mil de Volnovakha e que a Cruz Vermelha é a garantidora do cessar-fogo.

    Neste domingo (6), a Cruz Vermelha contradisse indiretamente o governo ucraniano dizendo que “não somos e não podemos ser garantidores de um acordo de cessar-fogo entre as partes ou de sua implementação”, dizendo que o CICV é um “intermediário humanitário, neutro e imparcial”.

    Civis na cidade portuária ucraniana de Mariupol estão presos sem energia e água e incapazes de recuperar os corpos daqueles que morreram na guerra, disse o prefeito da cidade neste sábado (5), ao acusar a Rússia de tentar “sufocar” a cidade fechando as rotas de fuga acordadas.

    A Rússia concordou com um cessar-fogo no sábado para permitir que civis deixem Mariupol e Volnovakha com segurança, onde os moradores sofreram dias de bombardeios pesados ​​e indiscriminados.

    Mas as evacuações foram interrompidas, com as autoridades ucranianas acusando a Rússia de violar o acordo ao retomar seus ataques, deixando milhares de civis presos em condições que as pessoas no local descrevem como cada vez mais terríveis.

    Já o Ministério da Defesa da Rússia alegou que “forças russas foram atacadas depois de estabelecer os corredores humanitários” e acusou “nacionalistas ucranianos” de impedir a retirada de civis.

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