Prédio de 13 andares desaba após ataque de Israel a Gaza; veja vídeo
Prédio de 13 andares foi atingido e desabou; uma hora antes, moradores da região foram alertados para que evacuassem a área
Um prédio residencial de 13 andares na Faixa de Gaza desabou na noite desta terça-feira (11) depois de ter sido atingido por um ataque aéreo israelense. No meio da noite, moradores da Faixa de Gaza disseram que sentiram suas casas estremecendo e viram o céu se iluminar com ataques quase constantes de Israel.
Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra colunas de fumaça densa subindo a partir do prédio, que acaba desabando. A torre abrigava um escritório usado pela liderança política do Hamas, grupo islâmico que governa Gaza.
Moradores do prédio atingido por Israel e pessoas que moram nas proximidades foram alertados para que evacuassem a área uma hora antes do ataque ser efetivado, de acordo com testemunhas. Segundo uma emissora de TV local, uma pessoa morreu no ataque.
A eletricidade na área ao redor do prédio caiu após o desabamento, e moradores passaram a usar lanternas para procurar pertences pessoais nas proximidades.
?? | #BREAKING: Residential building in #Gaza collapses after #Israel|i airstrikes.pic.twitter.com/8msyima9bV
— EHA News (@eha_news) May 11, 2021
Israel enviou 80 jatos para bombardear Gaza nesta terça-feira, e posicionou tanques na fronteira enquanto foguetes atingiam cidades israelenses pelo segundo dia seguido, aprofundando um conflito que já deixou pelo menos 28 pessoas mortas do lado palestino e duas vítimas fatais do lado israelense.
Em resposta ao ataque que levou ao desabamento do prédio, o Hamas afirmou ter disparado mais de 130 foguetes contra Tel Aviv.
Mesmo antes de disparos enviados em retaliação pela destruição do prédio, que continha um escritório civil do Hamas, Israel reportou que 480 foguetes haviam sido disparados além da fronteira por grupos militantes palestinos, o que fez comunidades israelenses inteiras correrem para buscar proteção em abrigos anti-bombardeio.
Esta é a crise mais séria entre Israel e facções armadas de Gaza desde 2019, e foi desencadeada por confrontos entre palestinos e a polícia israelense na mesquita de al-Aqsa, ocorridos na segunda-feira (10).
Antes do colapso do bloco, o Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 28 palestinos, incluindo 10 crianças, foram mortos e 152 feridos por ataques israelenses desde que o Hamas lançou na segunda-feira foguetes contra Jerusalém pela primeira vez desde 2014. Agora, a contagem está em 30 mortes de palestinos e três mortes de israelenses.
Em 2014, uma guerra que durou uma semana deixou 2.100 mortos em Gaza e 73 em Israel, além da destruição de milhares de casas.
A cidade de Jerusalém, sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, passa por um momento de tensão durante o Ramadã, mês de jejum muçulmano. Há ameaça de uma decisão judicial que pode expulsar palestinos de casas que são reivindicadas por colonos judeus.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país iria intensificar os ataques à Gaza, lugar em que vivem cerca de 2 milhões de pessoas.
“Tanto a força dos ataques como também a frequência será ampliada”, disse Netanyahu em um vídeo.
Repercussão internacional
Em reação aos acontecimentos na região de Gaza, os Estados Unidos se disseram preocupados e pediram que os dois lados cessem os ataques.
A Casa Branca condenou os ataques feitos pelo Hamas e disse que Jerusalém deveria ser “um local de coexistência”.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, pediu “calma e moderação”. “Israel tem o direito de se defender e de responder a ataques de foguetes. O povo palestino também tem direito à proteção e à segurança, assim como os israelenses”, disse Price. O porta-voz afirmou que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já entrou em contato com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gabi Ashkenazi.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, condenou os ataques contra Israel feitos em resposta à ofensiva israelense que derrubou o prédio de 13 andares. No Twitter, Maas afirmou que “o ataque com foguetes contra Israel é absolutamente inaceitável e deve para imediatamente”. “Israel tem, nesta situação, o direito a autodefesa. Esta escalada de violência não pode ser tolerada nem aceita”, concluiu o ministro.
No sentido oposto, o líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, instou os palestinos a aumentar o poder de combate para impedir o que classificou como “brutalidade” de Israel. Para Khamenei, Israel “só entende a linguagem da força”.
Os sionistas não entendem nada além da linguagem da força, então os palestinos devem aumentar seu poder e sua resistência para forçar os criminosos a se renderem e, assim, darem fim a seus atos brutais”, disse o líder iraniano em pronunciamento exibido por uma TV estatal.
A Liga Árabe condenou os ataques de Israel à Gaza e pediu à comunidade internacional que aja com urgência para impedir a escalada da violência na região. Em comunicado, o presidente do grupo, Ahmed Aboul Gheit, disse que “as violações israelenses em Jerusalém e a tolerância do governo aos extremistas judeus hostis a palestinos e árabes é o motivo que levou à ignição da situação nestes termos perigosos”.
Os ministros da Liga Árabe responsabilizaram Israel por “absolutamente tudo o que acontece em decorrência de sues crimes, que constituem flagrantes violações dos decretos da Organização das Nações Unidas, do direito internacional e dos direitos humanos”.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) instou todos os lados a recuar e os lembrou da exigência do direito internacional de tentar evitar baixas civis.