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    Ataque foi “limitado” e para “mostrar direito de autodefesa”, diz embaixador do Brasil no Irã à CNN

    Mais cedo, Eduardo Gradilone se reuniu com o chanceler iraniano e outros diplomatas para discutir a ofensiva iraniana

    Basília RodriguesLucas Schroederda CNN , Brasília e São Paulo

    O embaixador do Brasil no Irã, Eduardo Gradilone, afirmou à CNN neste domingo (14) que o ataque iraniano a Israel com drones e mísseis foi “limitado” e serviu para “mostrar o direito de autodefesa do país”. Mais cedo, Gradilone se reuniu com o chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian, junto a outros diplomatas em um briefing sobre o tema.

    “O ponto principal do briefing foi que o chanceler iraniano fez uma recapitulação do que eles consideram infrações de Israel ao direito internacional, mas acho que o que o chanceler mais quis enfatizar é que o Irã lançou um ataque contra Israel muito limitado, só para fins de mostrar que estava exercendo seu direito de autodefesa“, disse Gradilone.

    Segundo o embaixador, o chanceler iraniano demonstrou que, do seu ponto de vista, o assunto estaria encerrado e que agora o Irã espera que os Estados Unidos convençam Israel a evitar uma retaliação e ajudem conter a tensão local.

    Acho que se Israel não retaliar, a possibilidade de as coisas progressivamente voltarem à normalidade é muito grande. Se o Irã, que tem influência sobre os houthis, por exemplo, puder ter uma influência apaziguadora, acho que as probabilidades de pacificação são bastante grandes. Não interessa a ninguém a escalada do conflito“, avaliou o embaixador brasileiro.

    Gradilone comentou ainda a declaração do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que disse à CNN ter ficado “desapontado” com a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro acerca do ataque iraniano.

    No documento (leia a íntegra clicando aqui), o Itamaraty “apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada”.

    “Ele é israelense, tem todo motivo para preferir que a reação nossa fosse muito diferente. Mas se você está procurando acomodar as coisas e você está ouvindo o lado iraniano assinalar que houve uma reação muito limitada, muito diferente do que foi o ataque israelense [à embaixada do Irã na Síria], você tem que jogar com isso”, expressou Gradilone.

    “Nós estamos querendo que a situação se normalize. Qualquer reação acima do tom, só prejudica. A diplomacia é feita de vários tipos de cuidados e a gente não pode deixar em pensar em todos os tipos de percepções e tentar achar uma forma de conciliá-las ou de evitar que elas possem ser de alguma forma mal-interpretadas”, completou.

    Ataque sem precedentes contra Israel

    Na madrugada deste domingo (14) – no horário local de Israel -, o Irã lançou um ataque sem precedentes contra Israel. Mais de 300 drones e mísseis foram disparados contra o território israelense.

    Foi a primeira vez desde o início do conflito entre Hamas e Israel, em 7 de outubro passado, que o Irã – apoiador do grupo radical islâmico – atacou diretamente Israel.

    Para conter o ataque, as Forças de Defesa de Israel (FDI), junto a aliados, utilizaram o sistema de defesa aérea conhecido como “Domo de Ferro”, que consiste em mísseis interceptadores que se chocam no ar com a ameaça inimiga, impedindo que o ataque aconteça.

    Segundo os militares israelenses, 99% dos projéteis lançados pelo Irã foram interceptados, com apenas “um pequeno número” de mísseis balísticos atingindo Israel.

    FOTOS – Irã ataca Israel com mais de 300 drones

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