Asilado na Argentina, Evo Morales lamenta morte da irmã
Ex-presidente da Bolívia diz que não poderá se despedir por causa de ‘racismo e perseguição política’; imprensa diz que Esther Morales morreu de Covid-19
Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, lamentou neste domingo (16) a morte de sua irmã mais velha, Esther. Asilado na Argentina depois de renunciar ao cargo em 2019, ele não viajará ao seu país para acompanhar o enterro.
De acordo com a imprensa boliviana, Esther, de 70 anos, estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital na cidade de Oruro e morreu em decorrência de infecção pelo novo coronavírus.
“Por que tanto ódio, racismo e perseguição política que me impedem de ver, uma última vez, a minha única irmã? Para mim, Esther foi uma mãe. A história julgará”, escreveu Evo, em sua conta no Twitter.
Em outra mensagem, ele enviou suas condolências aos demais membros da família, incluindo seu cunhado, seus sobrinhos e os netos da irmã.
Assista e leia também:
Bolívia: Tribunal Eleitoral mantém 18 de outubro como data limite para eleição
Presidente da Bolívia testa positivo para o novo coronavírus
“Esther foi uma mãe. Quando eu era dirigente [sindical] e me prendiam, ela me defendia e exigia minha liberdade. Me acompanhou nos momentos mais difíceis sem temer represálias. Nunca ocupou cargos públicos e, ainda assim, no golpe de 2019 queimaram sua casa e a perseguiram”, afirmou.
Causa da morte
Apesar de Evo não ter revelado a causa da morte de Esther, os principais jornais da Bolívia dizem que ela foi vítima da Covid-19.
Uma fonte do governo ouvida pelo jornal El Deber afirmou que na semana passada a irmã de Evo estava no Centro de Terapia Intensivo (CTI) de um hospital público enquanto a família tentava, sem sucesso, transferi-la para uma unidade de UTI de hospitais particulares.
Outra publicação relevante do país, o diário La Razón também disse que Esther havia sido diagnosticada com o novo coronavírus.
De acordo com dados da universidade norte-americana Johns Hopkins, a Bolívia tem 99,1 mil casos do novo coronavírus e pouco mais de 4 mil mortos pela doença.