Argentina prende e deporta parentes de criminoso mais procurado do Equador
José Adolfo Macías, o "Fito", desapareceu em 7 de janeiro de uma prisão equatoriana, onde cumpria pena de 34 anos por vários crimes, incluindo tráfico de drogas e assassinato
Autoridades da Argentina detiveram a esposa e os filhos do traficante equatoriano José Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, e os deportaram na madrugada desta sexta-feira (19) para o Equador, segundo informaram.
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, disse em uma coletiva de imprensa que oito pessoas foram detidas, incluindo outros associados de Macías, que chegaram à Argentina em 5 de janeiro e se mudaram para uma casa na província de Córdoba que haviam comprado em novembro.
Fito desapareceu em 7 de janeiro de uma prisão equatoriana, onde cumpria pena de 34 anos por vários crimes, incluindo tráfico de drogas e assassinato.
“Nossa hipótese é que o plano de Fito era comprar a casa, mudar a família e depois fugir da prisão”, explicou Bullrich, que afirmou que as forças de segurança argentinas agiram após uma denúncia de autoridades equatorianas.
A imprensa local em Guayaquil destacou que a família havia chegado ao aeroporto da cidade, mas nem a polícia equatoriana, nem o Ministério da Defesa responderam aos pedidos de informação.
“Sabemos que toda a família [de Macías] estava na Argentina. Eles foram deportados para o Equador”, ressaltou o presidente do Equador, Daniel Noboa, à rádio RCN nesta sexta-feira.
“Muitas vezes esses parentes estão envolvidos em lavagem de dinheiro ou na parte econômica e operacional dos cartéis e grupos narcoterroristas”, acrescentou o presidente.
As autoridades vincularam o grupo criminoso de Macías, Los Choneros, a extorsões, assassinatos e tráfico de drogas, e o acusam de controlar as prisões superlotadas do Equador.
Noboa declarou estado de emergência por dois meses logo após o desaparecimento de Fito, enviando os militares para as ruas e determinando toque de recolher noturno em todo o país, enquanto enfrenta uma onda de violência.
A onda de violência de janeiro inclui um ataque de homens armados a uma emissora de TV, a tomada de mais de 200 funcionários e agentes penitenciários como reféns e o sequestro de policiais, bem como o assassinato de um promotor que investigava o crime organizado.
“A Argentina não será um país do narcotráfico, nem nossas províncias serão um antro de criminosos. Estamos determinados a combater esse tipo de crime”, afirmou o ministro do Interior da Argentina, Guillermo Francos, na coletiva de imprensa desta sexta.