Após reabertura, apenas 37% dos britânicos voltaram aos escritórios
Uma das áreas mais movimentadas de Londres parece até que ainda está na quarentena
No centro financeiro da capital britânica, não há sinal de congestionamento de gente nas calçadas, o que antes era normal. Os concorridos cafés e restaurantes estão fechados e muitos pubs nem abriram as portas.
Às seis da tarde, hora do rush, até meio milhão trabalhadores dos escritórios da City deveriam circular pela região. Hoje, o cenário é bem diferente. Uma das áreas mais movimentadas de Londres parece até que ainda está na quarentena.
Leia mais:
Cafeteria de Londres cobra US$ 64 por café premium – só o quilo custa US$ 2 mil
Dados recentes mostram que pouco mais de um terço dos trabalhadores britânicos retornaram aos escritórios. Bem menos que em outros países europeus como França, Alemanha, Itália e Espanha, onde mais de 75% dos funcionários já estão de volta às empresas.
O professor Philip Taylor lidera um estudo sobre os impactos da Covid-19 nos escritórios britânicos. Ele explica que muitos trabalhadores ainda não se sentem seguros: 9 em cada 10 funcionários ouvidos no estudo relataram ter medo de levar o vírus pra casa e contaminar suas famílias.
O governo tem feito pressão para que os trabalhadores voltem aos escritórios. “Os empregadores devem tornar os locais de trabalho seguros, com medidas contra a Covid-19, porque algumas coisas são impossíveis de se fazer de casa, como estamos fazendo agora”, declarou o Ministro dos Transportes, Grant Shapps.
As autoridades britânicas alegam que o home office tem um impacto negativo na economia e no comércio dos centros das cidades. Argumento que não convence o professor Taylor.
“Se, por um lado, o comércio do centro é prejudicado, há um incentivo aos comércios dos bairros. O funcionário que tem um salário vai gastar seu dinheiro em outro lugar e impulsionar outras partes da economia”, ele diz.
A volta aos escritórios no Reino Unido ainda enfrenta mais um desafio: com os casos de Covid-19 aumentando no país, deve ser cada vez mais difícil convencer os britânicos a abandonar o home office.