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    Após polêmica na Ucrânia, Papa condena novamente a ‘loucura da guerra’

    Papa Francisco no Vaticano
    Papa Francisco no Vaticano 6/3/2024 REUTERS/Remo Casilli

    Alvise Armellinida Reuters

    O Papa Francisco condenou, novamente, todas as guerras na quarta-feira (13), dias depois de irritar Kiev e as capitais ocidentais por parecer sugerir que a Ucrânia deveria se render e negociar a paz com a Rússia.

    Francisco disse à emissora suíça RSI que a Ucrânia deveria “mostrar a coragem da bandeira branca” e abrir negociações com a Rússia, mas o seu vice, cardeal Pietro Parolin, esclareceu em uma entrevista na terça-feira (12) que a Rússia deveria primeiro parar a agressão.

    “Muitos jovens, muitos jovens vão [à guerra] para morrer. Rezemos ao Senhor para que nos dê a graça de superar esta loucura da guerra, que é sempre uma derrota”, disse o papa durante a audiência semanal na Praça da Basílica de São Pedro.

    Também na quarta-feira, a Embaixada da Rússia junto à Santa Sé parabenizou Francisco pelo 11º aniversário de sua eleição, aclamando-o no X como um “verdadeiro e sincero defensor do humanismo, da paz e dos valores tradicionais”.

    Francisco é “um dos poucos líderes políticos com um ponto de vista verdadeiramente estratégico sobre os problemas mundiais”, afirmou a embaixada.

    Soldado morto

    Francisco não mencionou especificamente a Ucrânia ou quaisquer outras zonas de guerra durante a audiência, mas disse que já tinha recebido um rosário e uma cópia dos Evangelhos que pertenciam a um homem morto em uma linha da frente não especificada.

    A irmã Lucia Caram, uma freira argentina que se encontrou com o papa antes do início da audiência na Praça de São Pedro, escreveu nas redes sociais que o homem era um soldado ucraniano de 23 anos que morreu em Avdiivka, uma cidade capturada pelos russos no mês passado.

    O rosário foi originalmente abençoado pelo papa, e a irmã Caram o devolveu ao pontífice, disse ela, acrescentando que Francisco o beijou e pareceu comovido porque “ele ama a Ucrânia e sofre pelo martírio deste povo invadido e cruelmente atacado”.

    Francisco, que tem 87 anos e sofre de problemas de mobilidade e respiratórios, limitou seu discurso na audiência pela terceira semana consecutiva, deixando para um assessor a leitura da maior parte de seus textos preparados.

    Ele disse aos fiéis que ainda estava “um pouco resfriado”.