Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Antissemitismo mostra sociedade imatura em relação às minorias, diz à CNN presidente da Confederação Israelita do Brasil

    Claudio Lottenberg defende que críticas às ações do governo de Israel na guerra não podem justificar posições antissemitas

    Pedro Jordãoda CNN São Paulo

    O antissemitismo “simboliza uma sociedade imatura em relação a todas as minorias”, afirmou à CNN o presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottenberg.

    Para ele, é possível haver críticas ao Estado de Israel diante das ações na guerra, que colocam a Faixa de Gaza em crise humanitária, como apontam organismos internacionais. No entanto, essas críticas não devem ser misturadas e confundidas com o povo judeu, não devem ser argumento para posicionamentos antissemitas.

    “Há mistura de entendimentos e leituras, porque podem existir críticas ao Estado de Israel, ao seu governo, mas, evidentemente, que isso, em absoluto, não justifica os movimentos de natureza antissemita. O antissemitismo é o racismo. O antissemitismo é, talvez, aquilo que há de mais odioso no sentido de, no fundo, se expressar em relação a uma minoria. Simboliza uma sociedade imatura em respeito a todas as minorias”, declarou.

    Questionado sobre os brasileiros supostamente ligados ao Hezbollah e presos nesta quarta-feira (8) sob suspeita de planejarem um ataque terrorista à comunidade judaica no Brasil, Lottenberg classificou a situação como “importação do terror”.

    “Vejo com uma preocupação porque, muito embora isso tenha um direcionamento às entidades judaicas, tudo tem que ser apurado, isso se traduz numa ação do terrorismo internacional. Significa dizer que aquilo que está acontecendo em Israel é uma ação engendrada, na qual existe uma participação de entidades ligadas ao Irã (…) É a importação do terror”.

    Para o presidente da Confederação Israelita do Brasil, a situação pode fazer com que líderes políticos brasileiros, sem especificar quais, tomem posições mais firmes frente à guerra de Israel.

    Há “Um mundo de absolutismo, negacionista, que se nega a viver dentro do espectro democrático, se contrapondo ao mundo da liberdade (…) E, quem sabe, [a prisão de hoje] ilumine um pouco mais, principalmente aqueles que fazem papel dentro da estrutura de governo e não só de Estado, [para fazer] um juízo um pouco mais crítico de que posição devemos assumir: se ao lado das democracias ou se ao lado de regimes que apoiam estratégias terroristas, como é o caso do Hamas”, disse.

    “É lamentável a maneira como alguns líderes do nosso país têm se manifestado em relação a esse tema”, acrescentou.

    Para ele, os líderes não podem misturar antissemitismo com as críticas ao governo de Israel na guerra: “Quando parte de um grupo de ignorantes, que misturam todos os cenários, acho que até pode ser compreensível. Agora, imagino que as pessoas que têm um papel de representatividade, normalmente ligados com diplomacia, o mínimo que a gente poderia imaginar é que deveria haver um mínimo de conhecimento”.

    VÍDEO – Veja o momento em que hospital em Gaza é atingido por ataque

    Tópicos