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    Anistia Internacional pede respeito aos direitos humanos na América

    Para a diretora-executiva da entidade, a reposta à doença leva em alguns casos ao abuso da força e à restrição de direito à informação.

    Jairo Nascimento , Da CNN, no Rio de Janeiro

    A Anistia Internacional pediu aos governos de países do continente americano que respeitem os direitos humanos durante a pandemia do coronavírus.

    “Muitos governos estão usando a pandemia como desculpa para não cumprir com suas obrigações em matéria de direitos humanos e liberdade de expressão”, disse Erica Guevara Rosas, diretora-executiva para Américas da Anistia Internacional.

    Para a entidade, a reposta à doença leva em alguns casos ao abuso da força e à restrição de direito à informação.

    Para a diretora da Anistia Internacional, a “propagação da COVID-19 nas Américas traz um desafio grave e sem precedentes a uma região já devastada pela violência generalizada, corrupção, destruição ambiental e desigualdade econômica, na qual milhões de pessoas continuam a abandonar suas casas em busca de segurança”.

    “Os governos serão lembrados para sempre pela resposta que derem a esta situação. A História não julgará com tolerância aqueles que utilizam a pandemia como pretexto para discriminação, repressão ou censura.”

    Ela entende que os problemas estruturais da América têm se agravado com todo contingenciamento por conta do novo coronavírus. “Uma grande quantidade da porcentagem do continente se encontra numa situação de pobreza, muitos em situação de pobreza extrema. Muitos vivem instabilidade nos empregos. Os estados não conseguem atender à demanda dessas populações. É por isso que os governos das regiões têm que atender essa população com prioridade. Nos preocupa que não existam medidas específicas para esta população”, disse.

    Alguns governos, segundo Erica, estariam exagerando na dose em medidas para conter a população em casa. “A Anistia Internacional recebeu reportagens e denúncias, com provas em foto e vídeo, de uso da força em países como Chile, Equador, Peru e Argentina. Isso não pode ser tolerado pelos governos.”, disse a diretora.

    Outro problema aponta do pelo órgão internacional está na xenofobia. O órgão critica o comportamento de líderes como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chama novo coronavírus de “vírus chinês”, e a negativa de asilo político para imigrantes feita pelo premiê canadense Justin Trudeau.

    Rosas diz que nas “fronteiras isso é uma ameaça contra pessoas que estão procurando proteção internacional em nosso continente com graves crises de mobilidade humana, como no caso da Venezuela, El Salvador, Honduras”.

    “São Pessoas que estão fugindo de seus governos que os perseguem. Uma pandemia não vai parar a necessidade dessas pessoas. Os governos precisam garantir o direito de asilo dessas pessoas. Infelizmente, o discurso dos líderes e as políticas públicas também geram atitudes sociais em momentos que precisamos de solução para que os mais vulneráveis possam estar protegidos.”

    Por fim, a Anistia Internacional recomenda o direito à informação como garantia básica e essencial para o combate à COVID-19. “Estamos denunciando a repressão de jornalistas que estão cobrindo a pandemia na Venezuela. A resposta do Estado foi a prisão arbitrária desses jornalistas, confiscando a informação. Alertamos o decreto em Honduras que restringe toda a informação sobre a resposta estatal da pandemia. Muitos governos estão usando a pandemia como desculpa para não cumprir com suas obrigações em matéria de direitos humanos e liberdade de expressão”, explicou Erica Rosas.

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