Animais extintos na natureza foram recuperados graças à ciência; veja fotos
Programas conservacionistas de reintrodução salvaram até 48 espécies de pássaros e mamíferos entre 1993 e 2020


O que os lobos-vermelhos da Carolina do Norte, o castor euroasiático e o cavalo-de-przewalski têm em comum? Todos eles foram extintos na natureza – e todos eles voltaram, graças à Ciência e aos programas de reintrodução.
Os cientistas conservacionistas usaram a translocação e a reprodução em cativeiro para restabelecer as populações de animais que morreram na natureza – seja inteiramente ou em certas áreas. Reintroduzir animais extintos em seus territórios nativos pode ser uma vitória dupla: ajudar a restaurar ecossistemas degradados, bem como aumentar o número dessa população.
Mas soltar uma espécie na selva é um ato de equilíbrio precário. As reintroduções geralmente levam anos e envolvem várias fases, explica Natasha Robinson, ecologista da Universidade Nacional da Austrália, que se especializou em animais selvagens ameaçados de extinção.
Antes de trazer de volta uma espécie, os conservacionistas devem avaliar o nível de ameaça para o animal e o que ele pode causar – além do papel desempenhado pela espécie no ecossistema, diz Robinson. Ela explica que há uma melhor chance de sucesso em lugares onde as populações selvagens morreram mais recentemente.
“Quanto menos tempo se passa, é mais provável que o ambiente seja o mesmo de quando a espécie foi extinta”, diz ela. “Mas você ainda precisa resolver o motivo pelo qual [o animal] foi extinto naquele ambiente para começar”.
- 1 de 8Caçado por sua carne, couro e chifres, o órix árabe desapareceu da natureza na década de 1970, mas foi reintroduzido em diversos países
- 2 de 8O Bisão Steppe é um importante animal para Inglaterra; os pesquisadores trabalham para a reinserção do primeiro rebanho deste animal em 2022
- 3 de 8Até 1997, 41 lobos cinza foram reinseridos no Parque Nacional de Yellowstone, porém quase desapareceram ; atualmente, mais 500 em áreas próximas do parque
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- 4 de 8O cavalo-de-przewalski foi reinserino na natureza a partir de 2016; mais de 1.500 animais passaram a viver em regiões da Rússia
- 5 de 8Em 2017, pesquisadores do Malawi identificaram o animal na região pela primeira vez depois de 20 anos
- 6 de 8O lince-euroasiático vive nas florestas da Sibéria; atualmente, os cientistas trabalham na reinserção de grupos desses animais
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- 7 de 8Uma forma contagiosa de câncer entre esses animais acabou matando 90% dos animais; em 2020, eles foram reintroduzidos na natureza
- 8 de 8Os rinocerontes-negros estão criticamente ameaçados de extinção, mas os números começam a mostrar recuperação
Animais reintroduzidos podem ter um impacto positivo na paisagem, mas a rapidez com que isso acontece depende do tipo de animal e de quão danificado está o meio ambiente. Segundo Robinson, os herbívoros podem fazer uma mudança significativa de forma relativamente rápida.
Por exemplo, os bandicoots, um pequeno marsupial parecido com musaranho, escavam e redistribuem “cargas de combustível” inflamáveis como folhas secas, e isso pode reduzir o risco de incêndios florestais, bem como aumentar a renovação do solo e melhorar o crescimento das mudas.
Predadores tendem a ser reintroduzidos lenta e cuidadosamente. Embora possam ser úteis para o manejo de espécies de pragas, os conservacionistas devem garantir que eles não cacem em excesso ou ameacem outros animais vulneráveis, diz Robinson.
Um estudo de 2020 destacou a reintrodução de espécies como uma das maneiras mais eficazes de salvar animais em extinção. Sem esses projetos, espécies como o cavalo-de-przewalski e a ave Guam rail certamente estariam extintas na natureza. O estudo estima que as ações de conservação entre 1993 e 2020 salvaram até 48 espécies de pássaros e mamíferos e que, sem esses esforços, a taxa de extinção teria sido três a quatro vezes maior no mesmo período.
(Este texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)