Análise: Situação de reféns pode enfraquecer Netanyahu dentro de Israel
Fernanda Magnotta afirma que possível retaliação envolvendo reféns israelenses em Gaza pode enfraquecer politicamente o primeiro-ministro de Israel
A analista de internacional Fernanda Magnotta, comentou durante o CNN 360° desta quinta-feira (17) sobre as possíveis consequências da morte do líder supremo do Hamas, Yahya Sinwar, para o cenário político de Israel.
Segundo Magnotta, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pode enfrentar desafios significativos, apesar da aparente vitória militar.
De acordo com a especialista, a situação é delicada e repleta de nuances. “Claro que cabe a Benjamin Netanyahu celebrar isso que ele entende como uma conquista”, afirmou Magnotta. No entanto, ela ressalta que essa celebração “vem acompanhada de muitas vírgulas pela ótica israelense”.
Preocupações com os reféns
Uma das principais preocupações levantadas por Magnotta é o possível impacto na situação dos reféns israelenses mantidos em Gaza.
A analista destaca que há divergências entre especialistas sobre as consequências desse evento: “Enquanto alguns acreditam que eventualmente esse episódio pode gerar pressão para uma nova negociação e eventual libertação dos reféns, existe uma ala que eu diria, inclusive, é mais vocal e mais numerosa de pessoas, de analistas, que consideram que esse episódio pode ser o estopim para que o Hamas responda se vingando desse episódio justamente às custas dos reféns”.
Magnotta alerta que, se o Hamas decidir eliminar os reféns em retaliação à morte de Sinwar, isso poderia causar uma “reviravolta enorme” na situação política de Netanyahu, que já se encontra em uma posição delicada desde o início do conflito.
Sucessão rápida e estratégia incerta
A analista também lembra que grupos paramilitares e terroristas geralmente têm uma estrutura hierárquica que permite uma rápida sucessão de lideranças.
“Elas se atualizam com muita rapidez, o que faz com que essas vitórias sejam curtas”, explica Magnotta.
Por fim, a especialista levanta uma questão crucial: “Afinal de contas, qual é a estratégia de Benjamin Netanyahu, o que ele deseja?”. Segundo Magnotta, essa é uma pergunta que ainda não foi respondida e merece reflexão aprofundada sobre os próximos passos do governo israelense no conflito.