Análise: Proposta de China e Brasil para paz na Ucrânia ganha força
Américo Martins destaca que a iniciativa conjunta recebe apoio crescente, com sinais positivos da Rússia
A proposta de paz elaborada conjuntamente por Brasil e China para o conflito entre Rússia e Ucrânia ganhou impulso significativo durante a Cúpula dos Brics, conforme relatado pelo analista-sênior de Internacional da CNN, Américo Martins, durante o Bastidores CNN desta quarta-feira (23).
O especialista, que está em Kazan, Rússia, para cobrir o evento, destacou que a iniciativa vem recebendo apoio crescente, especialmente entre os países membros do bloco.
De acordo com Martins, o presidente russo, Vladimir Putin, começou a dar sinais de que poderia aceitar uma solução para o conflito nos termos do acordo proposto.
“O presidente Putin está dando alguns sinais de que aceitaria esse tipo de proposta, até porque é uma proposta que seria mais benéfica aos russos, justamente porque não pede a retirada dos invasores do território da Ucrânia”, explicou o analista.
Detalhes da proposta de paz
A proposta sino-brasileira inclui pontos cruciais como:
- Uma trégua na batalha, que resultaria no congelamento da atual linha de frente.
- Aumento da ajuda humanitária para as pessoas afetadas pela guerra em ambos os lados.
- A criação de um “clube de paz” para discutir a resolução do conflito entre as partes envolvidas.
Martins ressaltou que esta proposta ganha peso adicional devido ao apoio da China, principal país dos Brics.
“Quando você tem o presidente da China falando num fórum como esse, num fórum global, essa proposta ganha um pouco mais de peso”, afirmou.
No entanto, a iniciativa enfrenta resistência por parte da Ucrânia. O governo de Kiev tem se mostrado crítico à proposta, uma vez que ela não prevê a retirada das tropas russas do território ucraniano.
Isso representaria, na prática, uma derrota para a Ucrânia, que teria que abrir mão de cerca de 20% de seu território.
O analista da CNN também destacou que a proposta foi amplamente discutida em reuniões bilaterais entre os países membros dos Brics, incluindo Índia, China, Brasil e Rússia.