Análise: Pressão nos EUA e em Israel e Hamas enfraquecido colaboram para cessar-fogo
Analista da CNN destaca fatores que contribuem para possível pausa no conflito entre Israel e Hamas, incluindo pressões domésticas nos EUA e em Israel
A analista de internacional Fernanda Magnotta comentou as negociações em curso para um cessar-fogo entre Israel e Hamas no Oriente Médio durante o CNN 360º desta segunda-feira (13).
Segundo Magnotta, este pode ser o momento mais próximo de um acordo desde o início das negociações.
A especialista destacou que os interlocutores envolvidos nas negociações têm demonstrado confiança de que um cessar-fogo temporário pode ser anunciado em breve.
“Basicamente, esse cessar-fogo acontece muito em função das pressões domésticas que alguns desses líderes enfrentam”, explicou Magnotta.
Pressão nos Estados Unidos
Um fator significativo é a pressão interna nos Estados Unidos. O presidente Joe Biden, que toma posse na próxima segunda-feira, prometeu durante sua campanha dar passos para a resolução do conflito antes de assumir o cargo.
“Ele não quer começar o novo governo já tendo passado por algum tipo de frustração, como se ele não fosse capaz, não tivesse capital político para colocar em jogo”, observou a analista.
Enfraquecimento do Hamas
Magnotta também apontou para o enfraquecimento do Hamas como um fator contribuinte.
“O Hamas está muito enfraquecido, desde, evidentemente, a negociação do Hezbollah com Israel, depois a queda de Assad na Síria. Isso fragilizou, desestruturou um pouco das alianças em torno do Irã, que é um apoiador importante”, explicou.
Instabilidade política em Israel
A situação interna de Israel também foi mencionada como um elemento crucial. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta pressões de ambos os lados: por um lado, familiares dos reféns cobram ações mais efetivas; por outro, a direita radical se opõe a concessões ao Hamas.
“Esse cálculo interno que os países estão passando é um pouco o que empurra todo mundo para a negociação. Não é porque eles mudaram de ideia em relação às suas convicções”, concluiu Magnotta, ressaltando que a busca por um acordo é mais uma questão de sobrevivência política do que uma mudança fundamental de posição.