Análise: Falsificação das atas eleitorais da Venezuela é quase impossível
Lourival Sant'Anna explica por que órgãos venezuelanos não divulgaram atas das eleições de julho, destacando sistema antifraude robusto
O analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna trouxe esclarecimentos sobre a polêmica envolvendo as eleições na Venezuela durante sua participação no CNN Prime Time. Segundo ele, a não divulgação das atas eleitorais pelo regime chavista tem uma explicação surpreendente.
De acordo com Sant’Anna, peritos da ONU que acompanharam o processo eleitoral venezuelano por semanas afirmaram que as atas são extremamente difíceis de serem fraudadas.
“Eles analisaram as atas e disseram que elas são muito difíceis de fraudar, que elas têm código QR, têm assinaturas únicas, ou seja, cada ata tem uma assinatura, e são muitas atas”, explicou o analista.
Sistema antifraude robusto
O robusto sistema antifraude implementado nas atas eleitorais venezuelanas inclui códigos QR e assinaturas únicas para cada documento, tornando a falsificação “quase impossível”, segundo os especialistas da ONU.
Esta complexidade técnica explicaria por que o regime não conseguiu apresentar as atas, mesmo após o prazo estendido concedido pelos presidentes Lula, Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador.
Sant’Anna ressaltou que, apesar da dificuldade em fraudar as atas, os peritos da ONU concluíram que a eleição foi, de fato, fraudada.
Um relatório detalhando essas conclusões foi apresentado ao secretário-geral da ONU, António Guterres.
Posicionamento internacional
O analista também mencionou as reações de líderes regionais, como o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e o ex-presidente da Colômbia Juan Manuel Santos, que rejeitaram o resultado eleitoral venezuelano como fraudulento.
Sant’Anna destacou que cabe agora a cada governo decidir se aceita ou não a legitimidade do regime bolivariano.
Em relação ao Brasil, o analista pontuou que o presidente Lula enfrenta um dilema entre manter sua histórica postura de apoio ao regime chavista ou alinhar-se com sua defesa da democracia, especialmente considerando os recentes eventos políticos no Brasil e as acusações de crimes contra a humanidade que pesam sobre o governo venezuelano.