Análise: escolha de JD Vance criará ondas de choque globais, sobretudo em Kiev
Canditato de Donald Trump a vice defende a postura do ex-presidente sobre a guerra na Ucrânia
O novo candidato republicano à vice-presidência é a personificação das políticas “America First” de Trump. O senador JD Vance faz parte de uma nova geração de congressistas pró-Trump que rejeitam o conhecimento tradicional da política externa dos Estados Unidos.
No início deste ano, ele viajou para a Conferência de Segurança de Munique para repreender os aliados europeus dos EUA. E na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), nos EUA, ele explicou por que os Estados Unidos não devem mais financiar a luta da Ucrânia por sua liberdade.
“Tenho… colegas republicanos que estão muito mais envolvidos emocionalmente com o que está acontecendo a 9.000 quilômetros de distância do que com o seu próprio país”, disse Vance na conferência.
Ele defende a postura de Trump de que a guerra na Ucrânia deve terminar e a matança deve acabar.
“É bom para o país ter alguém dizendo: ‘Por quanto tempo isso vai continuar? Quanto dinheiro devemos canalizar para este país?’”, disse Vance, que também argumentou que os EUA não têm capacidade de fabricação ou reservas militares suficientes para enviar mais munição para a Ucrânia.
“Se você se preocupa com a Ucrânia, mas, acima de tudo, se você se preocupa com os Estados Unidos, você deve querer que essa questão chegue a uma solução diplomática”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, repreendeu as críticas de Vance à guerra em uma entrevista com Kaitlan Collins, da CNN, em fevereiro.
“Para entender isso, é preciso ir à linha de frente para ver o que está acontecendo, falar com as pessoas e depois ir até os civis para entender… o que acontecerá com eles sem esse apoio. E ele entenderá que milhões… serão mortos. Isso é um fato”, disse Zelensky.
“É claro que ele não entende. Deus o abençoe por não ter a guerra em seu território”, disse ele.